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Memória de Juiz de Fora

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Positivamente, nossa cidade não preserva sua memória, notadamente na área arquitetônica. Na história recente, tivemos casos de destaque, como a demolição do Colégio Stella Matutina (1978), da capela do mesmo colégio (que ainda resistiu por cerca de dez anos como centro de cultura, chamada de Capela Galeria de Arte), do “Palácio do Bispo”, todos situados na Avenida Rio Branco e que sucumbiram à especulação imobiliária, dando lugar a arranha-céus.

Outro absurdo na cidade foi a demolição quase total, na calada da noite, do Palacete dos Fellet, na esquina da Avenida Itamar Franco com a Rua Espírito Santo, apesar do seu tombamento pelo Patrimônio Histórico Municipal. Hoje o local serve de abrigo para mendigos e usuários de drogas, sem uma solução efetiva das autoridades para o problema.

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Também na calada da noite, ocorreu a demolição total da bela casa na Avenida Rio Branco com a Rua Delfim Moreira. Ainda na Rua Espírito Santo (nº 651), a imponente Vila Iracema, também tombada, está se deteriorando sem providências dos órgãos competentes. Na mesma situação, o Palacete Santa Mafalda, de propriedade do Governo estadual, situado na Avenida Rio Branco, esquina com a Rua Braz Bernardino, que aguarda há anos por uma reforma de grande alcance, e não uma “meia-sola”, como a realizada anos atrás.

Outro caso emblemático ocorreu na cidade nos anos 1970: a demolição total do prédio onde funcionava a sede do 2º Batalhão da Polícia Militar para dar lugar à atual sede da referida unidade. O edifício, inaugurado em 1888, abrigou a Hospedaria Horta Barbosa, responsável pelo acolhimento dos imigrantes que chegavam à cidade, principalmente os italianos. Tal hospedaria foi construída num terreno da Fazenda da Tapera, que fora doado ao Governo da Província de Minas Gerais pelo seu proprietário, coronel Custódio Silveira Tristão. O controle da hospedaria era exercido pela Inspetoria Geral de Imigração, órgão criado na cidade com o fim de prestar o primeiro apoio aos imigrantes e cuidar do encaminhamento destes aos seus novos locais de trabalho, geralmente as fazendas de café situadas na região e no Sul de Minas.

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A hospedaria funcionou até o ano de 1906 e chegou a abrigar, ao mesmo tempo, cerca de duas mil pessoas, ultrapassando sua capacidade, que era de 600 imigrantes por vez. O majestoso prédio era de uma beleza ímpar, além de representar enorme valor para a história da imigração na cidade e também no Brasil. Tudo foi transformado em um monte de escombros, em nome da modernidade.

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