A educação é um direito de todos, e ela nos auxilia durante toda a nossa vida, com diretrizes e suplementos no desenvolvimento humano e social. No Artigo 205 da Constituição Federal, educação é um dever do Estado e da família, com o objetivo de auxiliar no preparo da cidadania e qualificação para o trabalho.
Infelizmente, em nosso país, a educação possui diferentes qualidades nas redes públicas e privadas, e isso se reflete também no número de analfabetos. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) apontam que o Brasil totalizou 11 milhões de brasileiros iletrados, percentual da população que passou de 6,8%, em 2018, para 6,6%, em 2019. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) destaca que 51,2% da população de 25 anos ou mais não completaram a educação escolar básica. Esses dados preocupantes desencadeiam outros problemas, como falta de oportunidades no mercado de trabalho, desenvolvimento social e, principalmente, o crescimento do número de jovens na criminalidade.
Outro ponto negativo é a desigualdade de gênero no Brasil, onde a maioria da população é formada por mulheres. Dados do IBGE destacam que 33,9% das mulheres de 25 anos ou mais possuem ensino superior completo. Mesmo com esses dados, no mercado de trabalho, quando uma mulher com mesmo nível de escolaridade, ou até superior, tem o mesmo cargo que um homem, a remuneração é menor que a dele.
Da mesma forma acontece em cargos públicos, onde a maioria do eleitorado brasileiro é feminina, mas a representatividade no contexto político ainda é pequena. Segundo um estudo realizado pelo Inter-Parliamentary Union, o Brasil tem um dos piores índices de adesão de mulheres em posições do poder público, ocupando a 131º colocação entre 193 países.
Em contraponto, atitudes como da ativista e ganhadora do Prêmio Nobel de 2014, Malala Yousafzai, são extremamente importantes para a realização debates para a busca deste equilíbrio e o reconhecimento da capacidade igualitária entre homens e mulheres. Isso se reflete, também, no direito ao acesso à educação de ambos, na representatividade feminina em todos os aspectos sociais, educacionais e políticos.
No cenário nacional, ainda há muito que batalhar na busca de igualdade, e também cabem aos governantes criar leis e incentivos à população para que essa balança se equilibre. Além disso, a internet é uma ferramenta para auxiliar nestes debates e destacar movimentos ativistas na busca de informações, promoções de debates, compartilhamento de conhecimentos de causas em comum e um meio de comunicação para ecoar as vozes, com objetivo de salientar a desigualdade e o acesso à educação.
Por fim, nós mulheres ainda estamos em busca da igualdade de gênero, mas é essencial que não desistamos da conquista. Muito ainda está por vir, e não podemos desistir, como Simone Beavouir abordou no livro “O segundo sexo”: “Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora o produto intermediário entre o macho e o castrado que o qualificam o feminino”.