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Decisões em ‘efeito manada’

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Recentemente, em um dos telejornais de uma emissora de grande audiência, foi apresentada uma interessante reportagem sobre o “efeito manada”. O apresentador cita um estudo do economista comportamental Salomon Asch sobre esse efeito no ser humano. O fato existe para algumas espécies de animais. Nós, como somos uma espécie de animal evoluída, também estamos sujeitos a esse efeito? É o que o autor quis provar pelo estudo do comportamento coletivo.

O estudo pode ser resumido à seguinte tese: a ciência explica que as modas, mesmo as mais passageiras, só existem porque as pessoas são influenciadas pelo comportamento coletivo. Será que na sua tomada de decisão você fica livre das influências dos outros? Ou seja, você tem vontade própria quando está na multidão? Gostamos de pensar que somos independentes e gostamos de mostrar nossa individualidade. Na realidade, somos muito mais influenciados do que gostaríamos de admitir. As pessoas percebem o pensamento coletivo.

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Resumidamente, pode-se observar isso em um teste que o apresentador da reportagem fez com ele e mais três amigos. Pararam em uma esquina qualquer em São Paulo e começaram a olhar e apontaram indiscriminadamente para cima como se houvesse algo em cima de um edifício alto. Imediatamente, várias pessoas começaram a olhar para cima e chegaram até a parar para ver se há algo diferente mesmo.

Claro que o estudo de Salomon Asch é mais complexo do que isso. O economista, após realizar o seu teste seguidamente, chegou à conclusão de que 75% das pessoas são influenciadas pelo fato que ele chamou de “efeito manada”. Outro exemplo é um vídeo postado nas redes sociais intitulado “O Império das Marcas”. O conteúdo do vídeo baseia-se na seguinte tese: por que escolher a marca do refrigerante A, e não o B ou o C? Por que usar o tênis da marca A, e não o B, ou mesmo ter os dois?

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Somos todos unidos pelo consumismo. A marca de um produto que ontem foi passada como top, hoje, já não é mais, quiçá amanhã. Não querem saber de sua qualidade. Só se todos estão a consumir e por que não ela? A propaganda e o marketing são os braços visíveis do consumismo e que sustentam o estudo de Salomon Asch. Para sustentar e promover o consumismo, são alocados a elas orçamentos vultosos para a divulgação dos produtos. O consumismo está ligado também ao meio ambiente. Mais consumo, mais gastos em matérias-primas e mais descartes inconscientes.

Outro exemplo são os dos formadores de opinião na mídia e nas redes sociais. Existem pessoas que só acreditam ou não no que falam ou escrevem certos profissionais, bem como notícias emitidas por certas emissoras ou mídias impressas. Tudo isso está ligado à falta de percepção da realidade ou mesmo de crítica. O senso comum diz que a opinião emitida está errada. Mas passa a ser a verdadeira para elas.

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Nas últimas décadas, com a globalização dos meios de comunicação, o fato tornou-se muito visível. Haja vista que, em uma casa de cultura, crianças foram levadas para ver um homem nu e tocá-lo, chamando aquilo de cultura. Muitos acham que é normal. Em especial, pode-se levar essa comparação para o campo político. É onde surgem os oportunistas que se dizem salvadores da pátria, com ideologias ultrapassadas e que são caminhos férteis para o populismo. Se quisermos iniciar o processo de depuração da classe política no Brasil, com mudanças estruturais, o povo tem que ter consciência e crítica na hora de votar em 2018, identificando e negando seu voto aos populistas e demagogos de plantão.

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