No editorial “Mais uma chance” da Tribuna de Minas, publicado dia 1º de maio último, ficou explícito que existem esperanças e demarches para que a Infraero possa assumir o Aeroporto Francisco Álvares de Assis, o querido Serrinha de Juiz de Fora. Entretanto essa empresa federal, mesmo em grandes aeroportos, só realiza a administração, ficando as obras necessárias a cargo dos governos federal, dos estados e dos municípios.
O empresário e ex-secretário de desenvolvimento local João Mattos, em brilhante artigo publicado neste jornal dia 23 de janeiro último, enumerou que nesse local deveriam ser realizadas diversas obras, como a reforma total do balizamento, drenagens em diversos pontos, revisão do cercamento de toda a área, reformas na pista, implantação de uma moderna estação meteorológica, reformas e ampliações do terminal de passageiros e do setor de cargas aeronáuticas, etc. Na sua época, ele também calculou que os investimentos necessários deveriam custar, no mínimo, R$ 6 milhões no prazo de cinco anos. Uma quantia nada pouca para um município como o nosso.
Pelo que me consta, a Infraero não constrói ou realiza grandes obras nos aeroportos sob sua administração. Como os recursos dependem de despesas previstas nos orçamentos anuais dos municípios, os vereadores de Juiz de Fora deveriam fazer uma visita de cortesia aos aeroportos de Uberlândia, Uberaba e Montes Claros para verificar as atuais condições de funcionamento daqueles referidos aeroportos.
Mesmo que esses necessários investimentos sejam realizados, o Serrinha só estaria apto a receber operacionalmente aeronaves de 70 lugares, como o ATR72 utilizado nas operações da Azul de Goianá para o aeroporto internacional de Ribeirão Preto. Dali, essa empresa coloca gratuitamente as pessoas interessadas, por sua conta em ir para a capital paulista em ônibus modernos e confortáveis. Quem sabe ela não gostaria de operar do Serrinha para o Aeroporto de Congonhas em São Paulo? Se ela conseguisse essa chance, o sucesso seria total.
O desejo de colocar a antiga Manchester Mineira em voo direto para a capital paulista sempre existiu. A antiga empresa Trip que fazia o trajeto foi vendida para uma empresa maior, que só pensava em utilizar o espaço do Aeroporto de Congonhas para realizar voos mais rentáveis. Depois de algum tempo, deixou esse município, que é polo econômico da Zona da Mata mineira, a “ver navios”. É necessário fazer várias obras no Serrinha para que esse aeroporto possa despertar o desejo de empresas aéreas. Um aeródromo que não tem nem uma estação de passageiros confortável e moderna não chega a despertar o desejo de maiores e melhores empresas aéreas para sua utilização. É necessário investir ali muito dinheiro para acontecer isso.