Cada berço é o começo de uma experiência para a alma em progresso espiritual. Ninguém na Terra se retirará dos obstáculos e das dificuldades a vencer nesse curso de aprimoramento íntimo. O passado faltoso se exprime para cada um de nós, seja através daqueles que ferimos e injuriamos, hoje um irmão na família ou no ambiente de trabalho, que nos requisita compreensão e tolerância; seja pelas provas e tarefas ásperas, que possibilitem o reajuste de outras experiências menosprezadas, solicitando-nos reconsideração e serviço.
Não passaremos no mundo sem tempestades, sem tentações, sem espinhos. Entretanto, Jesus é o Mestre e roteiro seguro para o caminho de progresso espiritual. Com o Cristo, resguardamos o coração, na expressão dos sentimentos do espírito eterno, com confiança e paciência, buscando vencer toda perturbação e toda treva, com a luz de seus ensinamentos.
Confiança relaciona-se à crença, à fé e à esperança. Paciência se traduz em serenidade e resignação diante das lutas. Bem-aventurados os mansos e pacíficos, disse Jesus. Em todo campo, no lar, no trabalho, no grupo a que nos vinculamos, a vida nos pede o exercício dessas virtudes e de outras igualmente fundamentais, para o adequado crescimento no solo da alma, com o mesmo cuidado que despende o lavrador atento à plantação, desde a escolha das sementes, o adubo à terra, a poda até a retirada das ervas daninhas, a fim de que a colheita se faça promissora.
A paciência é também caridade, que está associada ao perdão e ao esquecimento das faltas a que nos julgamos vítimas, à coragem de fazer hoje melhor do que fizemos ontem, ao olhar para os deveres do dia como bênçãos.
O exercício da paciência solicita-nos o treino para o autodomínio, na superação das emoções negativas que nos assaltam no dia a dia, observando nossos sentimentos e atitudes, corrigindo em nós aquilo que nos incomoda nos outros e que, por nossa parte, incomodamos também, deixando que cada um viva a seu modo.
Emmanuel, pela psicografia do nosso querido Chico Xavier, orienta que não devemos maldizer a Terra que nos abençoa, quando tudo que nos cerca requisita de nós proteção e entendimento para que se aprimore. Muitas vezes aguardamos o auxílio do mundo, mas é o mundo que espera confiantemente por cada um de nós.
Coloquemos nossos talentos à disposição de Jesus na pessoa do nosso próximo; não nos isentemos da realização do bem na Terra, reparando nosso passado através de um presente de equilíbrio, de luz e de entendimento das leis de Deus. E, diante das adversidades na caminhada e dos processos de renovação a que formos chamados, busquemos em Jesus o auxílio sempre presente, lembrando a orientação de D. Isabel Salomão de Campos: “O passado faltoso não tem poderes sobre o presente de renovação com o Cristo”
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