Com a pandemia, assim como a maioria das pessoas, eu também fui impactada. A nossa cabeça não funciona como queremos, e começamos a lutar com várias questões internamente. Nesse momento percebi que precisava ler e sair da realidade que estava vivendo. Sim, um livro pode proporcionar muitas sensações, e foi aí que me propus a ler um livro por mês.
Comecei o ano descobrindo a origem da vida pelas perspectivas de Dan Brown, conheci uma família muito diferente onde todos se chamam Amaranta, Aureliano, José Arcádio ou Remédios e suas histórias por cem anos e entrei na curta vida de Santiago e a crônica de sua morte pela escrita de Gabriel Garcia Marques.
Presenciei a Segunda Guerra Mundial em Amsterdã e conheci uma garotinha encantadora e seu final trágico. Ela se chamava Anne Frank, tinha 13 anos, e seu diário foi lido por pessoas no mundo inteiro, entre eles o icônico líder sul-africano Nelson Mandela, quando esteve preso.
Viajei para o século XIX e pude ver bem de perto a vida de Tess D’Ubervilles pelos olhos de Thomas Hardy e, ainda no século XIX, descobri uma trágica história de amor no Morro dos Ventos Uivantes contada por Emily Bronte. Fui apresentada a Jane Austen. Apaixonei-me tanto por ela que devorei os livros que contaram sobre a vida das pessoas da Abadia de Northanger e Mansfield Park e fiquei completamente encantada por Anne em Persuasão.
Até que a realidade me chamou para o século XX e o século XXI e tive que voltar ao prumo. Graças ao meu curso conheci novas histórias e dessa vez tão reais, quanto a minha. Conheci Truman Capote através de seu romance não ficção “A Sangue Frio” e me apaixonei tanto por sua forma de descrever os fatos, as pessoas e seus sentimentos que descobri um livro com seus primeiros contos. Conheci um Capote novo, totalmente talentoso e instigante.
Depois de Capote, conheci a Daniela Arbex. Minha conterrânea, que trabalhou por anos na Tribuna de Minas e que me apresentou a história do Hospital Colônia em Barbacena e os horrores vividos por seus pacientes, classificado como o Holocausto Brasileiro.
Por fim, mergulhei em uma ditadura militar com Caco Barcellos e descobri os horrores praticados pela turma da Ronda Ostensiva Tobias Aguiar, a ROTA. A história da polícia que mata foi escrita entre os anos 1970 e 1990, mas serve muito bem para os dias de hoje.
Propus-me a ler um livro por mês em 2021 e, quando voltei para a realidade, já havia lido 13. E foi assim que viajei muito o mundo e conheci inúmeras pessoas e histórias. E você, instigado a embarcar em uma viagem por aí?
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