A disseminação de fake news vem sendo cada vez mais recorrente diante do acesso facilitado aos meios de comunicação. O aumento no uso de redes sociais para levantar e repassar informações é um dos fatores responsáveis por isso. É muito fácil acreditar em algo quando existe um aviso de “encaminhado com frequência”, mas é aí que mora o perigo. A propagação de notícias falsas é fácil e rápida. Fake news não são nada mais que notícias falsas encaminhadas com frequência e sem questionamento sobre onde veio ou para onde irá essa notícia.
Elas podem parecer inofensivas, mas não são. Na pandemia, por exemplo, várias informações falsas sobre tratamento precoce e até mesmo sobre as vacinas foram repassadas, fazendo com que muitas pessoas fizessem uso de medicamentos que nunca tiveram sua eficácia comprovada e outras tantas se recusassem a tomar a vacina por acreditarem em informações inverídicas repassadas com frequência.
Ouvir médicos implorando à população para não usar um remédio nunca aprovado é um reflexo do atual cenário de desinformação. Tomar esse remédio e acreditar na cura é assinar a própria certidão de óbito. E foi o que infelizmente aconteceu. Podemos considerar que muitas das milhares de mortes vividas e sentidas nessa pandemia sejam consequência de informações falsas. Graças às redes antivacina, infelizmente, hoje muitos brasileiros não se vacinaram.
É inacreditável que, mesmo com vacinas gratuitas, à disposição de todos, as pessoas não consigam confiar, graças a informações mirabolantes que são repassadas a cada segundo. E pensar que o tratamento precoce, ora tão vangloriado, não o livrou da morte. Se as notícias boas e verdadeiras atingissem as pessoas como as notícias ruins e inverídicas fazem, talvez o número de mortos pudesse ser muito menor, e 100% dos brasileiros já poderiam estar vacinados se o Governo, que deveria atuar como mecanismo de combate a esse problema, não nos trouxesse também tanta dor de cabeça.
Várias cidades do país já criaram campanhas para tentar combater as fake news. Mas seria necessário que as redes sociais autorizassem para que apenas notícias verificadas pudessem ser repassadas, bloqueando as notícias que não fossem. Enquanto esse bloqueio não existe, podemos tomar alguns cuidados, como verificar a veracidade da notícia, se ela veio através de uma fonte confiável, consultar sites de verificação e não compartilhar se não tivermos a certeza de que não se trata de uma notícia falsa. É fundamental ressaltarmos que “a informação pela metade é tão ruim quanto a falta dela”.
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