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Tempo de espera!

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Amanhã, celebramos o primeiro domingo do Advento, que inicia para nós católicos o ano litúrgico. Embora o comércio identifique este tempo com a festa de consumo, de excessos de comer e beber, para nós cristãos este deve ser um tempo forte e fecundo para o crescimento interior, como preparação para a chegada de Jesus, que se repete sempre como oportunidade que Deus nos concede para nossa conversão pessoal e coletiva.

A rememoração litúrgica do mistério da encarnação nos convida a perceber o quanto ainda falta em nosso mundo a presença do Jesus. Ele abriu mão de sua dignidade de Deus, para se tornar um frágil menino entre nós e para nós. Será que nós, em nossa vida cotidiana, somos capazes de abrir mão, renunciar a privilégios próprios, à nossa própria satisfação, em função do bem-estar coletivo daqueles que dizemos amar? Será que, como coletividade, os cristãos estão saindo de sua comodidade para fazer um mundo melhor para todos?

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Neste tempo, a Liturgia da Igreja nos pede jejum e oração. Não o jejum de fazer sacrifícios: isso não é agradável a Deus. Mas o jejum de nos abstermos de supérfluos, do excesso de consumo, como exercício de simplicidade e de partilha. Deixar de usar e consumir coisas de que abusamos e que fazem falta a outros, para partilhar. Viver a simplicidade, a frugalidade que nos faz bem ao corpo e à alma. E nos prepara para receber e distribuir a graça da Encarnação de Jesus ao mundo. Numa postura orante, pedir e fazer acontecer uma maior presença de Jesus em torno de nós: na família, no trabalho, nas paróquias, nas comunidades enfim: que onde estivermos a presença de Jesus se faça sentir, mesmo que não falemos explicitamente no Seu santo nome.

A Santa Liturgia nos oferece três principais modelos: o profeta Isaías, que antecipa a missão de Jesus, que deve ser também a nossa missão “Anunciar a boa nova aos pobres… libertar os presos… recuperar a visão dos cegos… libertar os oprimidos” (Is 61,1-2). O segundo é João Batista, profeta corajoso, que dá sua vida para preparar o mundo para Jesus, cuidando de Seus caminhos, denunciando a iniquidade como obstáculo à plena presença salvífica do Cristo.

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Finalmente, o exemplo maior de Maria, dócil à vontade de Deus, mas forte ao anunciar o Reino no seu canto: “Dispersar os soberbos, depor os poderosos… exaltar os humildes, encher de bens os famintos e despedir os ricos de mãos vazias” (Lc 1,46-56). Com eles, vamos preparar um Natal que seja feliz e permanente.

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