Longe vai o tempo em que constantemente ouvia-se dizer, ou nós mesmos comentávamos, sobre a monotonia, e por nada acontecer, criou-se a folclórica figura humana prostrada à janela esperando, sabe-se lá o quê.
Conta-se que, em uma terra muito distante, um homem passava o dia e a noite à varanda de sua rica residência, observando o horizonte. E todos que se aproximavam dele, não importando o que desejavam ou diziam, ouviam a mesma resposta: “… Não posso te ajudar, estou esperando alguma coisa muito importante que acontecerá, e eu irei entrar para a história, meu nome jamais será esquecido”. Um dia como outro qualquer, dele se aproximou um cidadão de meia-idade, coberto de poeira; esse homem conduzia um jumento magro, tendo ao lombo uma jovem fraca e cansada. Dirigindo-se ao orgulhoso proprietário, rogou por ajuda, necessitava de pouso, pois a esposa estava por dar à luz. O viajante, como os outros, ouviu a mesma resposta. Sem mesmo dirigir-lhe o olhar, afirmou: “Não posso te ajudar, estou esperando alguma coisa muito importante que acontecerá, e eu irei entrar para a história, meu nome jamais será esquecido”. Com essa resposta, a família seguiu viagem e, mais adiante, encontrou um velho estábulo e que serviu de morada provisória, e o nascimento do menino não tardou.
Mais de dois mil anos se passaram, e a humanidade continuou olhando para o além, esperando algo importante para escrever seu nome na história. Lutando e guerreando na certeza de que o homem se tornaria superior pela força, no exercício da brutalidade ou porque satisfaria as opiniões dos tolos, que como ele também são gananciosos e o apoiariam no poder da autoridade passageira.
Assim, o tempo vem passando, e a humanidade continua distraída na varanda, esperando a mágica ou o milagre futuro para a conquista de um poder imediatista que lhe dará uma suposta felicidade; enquanto a verdade divina já se fez na manjedoura, semeando a boa-nova, mudando para sempre a história do homem, através dos ensinos eternos de Jesus, gravados nas letras do Evangelho que nos trazem os fundamentos espirituais sobre os quais devemos construir as bases dos nossos lares, que nos possibilitarão a conquista da verdadeira e eterna felicidade.
Nestes tempos tão delicados, nos quais vivemos, devemos, em benefício da nossa evolução e da coletividade, erguer o estandarte do bem: olhando em nosso redor, sempre observando com carinho e afeição aquele que ao nosso lado caminha, independentemente das constantes dificuldades. Precisamos encher o nosso coração de calma e bom ânimo, a fim de não permitir que os problemas, de qualquer ordem, limitem as nossas ações construtivas. Porque, se não agirmos assim, convictos dos ensinos do Cristo, respiraremos o ar poluído, com a face coberta de lágrimas e pensaremos sentimentos sombrios.
Projetemos o futuro, pisando firme no presente, centralizando nossas forças no bem comum, acertando o passado faltoso, servindo, aprendendo e buscando amar sem jamais esmorecer, nas precisas pegadas do Mestre de Nazaré.
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