Estamos passando por momentos conturbados. Estamos vendo, e vivendo, uma série de convulsões e problemas em várias áreas e sistemas de todo o mundo, diante dos quais vemos vários levantes, ações e revoltas, “buscando” encontrar soluções para todos os problemas que estão nos assolando e nos trazendo uma série de desafios.
Diante de tudo o que está ocorrendo, duas coisas têm se destacado. São elas: a busca por culpados e a busca de um grupo, ou pessoa, que irá resolver todos os problemas que se apresentam. Essas são as duas principais preocupações em toda crise.
Desde o início de todos os problemas causados pela pandemia, nós vimos muitas pessoas apontando culpados, buscando encontrar alguém que fosse responsável por tudo o que veio a acontecer. Dentro desse grupo que “buscava” encontrar os “responsáveis” pelo ocorrido se encontram personalidades públicas e da mídia, ONGs, associações, governos, presidentes… todos participando do jogo de empurra-empurra, fazendo pronunciamentos e declarações alarmantes, apontando culpados e se inocentando, talvez, para afastarem a atenção daquilo que realmente era importante.
Depois de passado esse primeiro momento, em que a “preocupação” era encontrar os culpados, chegamos ao momento em que as consequências da pandemia chegaram com todo seu poder, e, agora, a preocupação de todos é encontrar alguém que “tire” o mundo do completo estado de caos em que ele se encontra, sanando todos os problemas e consequências “causados pela pandemia”, não importando quem seja ou de onde vem. Esse desespero por um “salvador” pode pode trazer grandes problemas para todos.
Em todas as grandes crises, sempre aparecem pessoas ou grupos que se apresentam como “salvadores”, que chegam criticando determinadas ações daqueles que estão nas posições de poder, alardeando que suas ideias e suas soluções são melhores, e que, a partir de suas ações, tudo ficará melhor e todo o caos cessará. Mas já passou da hora de entendermos que as coisas não funcionam dessa forma. Já vimos vários exemplos de pessoas que se anunciaram como “salvadores” e que, quando tiveram a chance, fizeram o mesmo, ou pior, do que aqueles a quem criticaram, contribuindo ainda mais para o caos que diziam que iriam resolver.
Todos sabemos que precisamos de soluções para os problemas que se apresentam diante de nós, mas devemos tomar cuidado com o apego e a esperança que a sociedade deposita em determinadas ideias, soluções e, principalmente, naqueles que dizem que irão “salvar” a população de todas as coisas ruins que nos assolam, pois o desespero por alguém que nos “salve” pode acabar nos levando à eterna perdição.
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