Li dias atrás na Tribuna de Minas que cerca de 25 políticos, ou mais, votados em Juiz de Fora vão procurar se reeleger para Câmara Municipal, Assembleia Legislativa, Câmara Federal e Senado. Volto então a comentar o baixo nível de crescimento e desenvolvimento que estão prejudicando Juiz de Fora e a Zona da Mata em relação a outros municípios-polo como Uberaba, Uberlândia e Montes Claros. O problema é que muitos aqui votados só olham para o próprio umbigo no lugar de ver a região como um todo. Enquanto os outros polos cresceram muito, nossa região ficou comparativamente estagnada.
Como diz a letra da música “Caviar”, de Zeca Pagodinho, desenvolvimento grande e sustentado só conhecemos de nome. Digo isso “de cadeira”, porque vivi meus tempos de jovem no município de Rio Pomba, que, naquela época, só possuía cerca de cinco mil habitantes urbanos. Último de Carvalho, saudoso político nascido em Juiz de Fora, que iniciou sua carreira política naquele município da Zona da Mata como vereador e prefeito, galgou sua carreira como deputado na Assembleia Legislativa mineira, depois na Câmara Federal, conseguindo levar para lá várias obras para Tabuleiro, Silveirânia, Mercês e Rio Pomba, como dois grupos escolares, quatro pontes e a Escola Agrícola Federal, inaugurada por Juscelino Kubitschek, que, poucos anos depois, se transformou no Centro Tecnológico – hoje, pertence aos Cetecs e possui desde os cursos médios até cursos superiores.
Vejo também, nos tempos de hoje, parte da população de Juiz de Fora reclamar o não aproveitamento do Aeroporto Municipal Francisco Álvares de Assis, o nosso Serrinha, objeto até de um editorial da Tribuna de Minas pouco tempo atrás e, também, na minha opinião, resultado de um abandono político total. Basta fazer uma comparação com o aeroporto de Montes Claros, que, ultimamente, vem sendo motivo de várias propagandas das empresas aéreas como a Azul, a GOL e a TAM, que possuem vários voos para lá saindo de Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e outras capitais do Nordeste.
Antes de outras reclamações, basta nos lembrar de um artigo do ex-secretário municipal de Desenvolvimento Econômico de Juiz de Fora, João Matos, que listou uma série de reformas necessárias no Serrinha, cujos custos ele estimou, na sua época, em R$ 6 milhões, uma quantia nada pouca para um município como o nosso, que carece de maiores recursos para investimentos.
Antes de o Serrinha poder ser mais bem aproveitado, precisa a Prefeitura realizar obras de cercamento de toda a área, drenagens pluviais, reformas da pista e do pátio, reforma da iluminação da pista, reforma e ampliação do terminal de passageiros e a implantação de uma estação meteorológica moderna, atual e segura. Mesmo assim, o querido Serrinha só estaria apto a receber aeronaves de 70 lugares como o ATR72, que a Azul usa do aeroporto Itamar Franco para Campinas (SP). Com a perspectiva da iniciativa particular assumir esse aeroporto, será que algum investidor particular assumirá esse compromisso futuro?