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Esporte em xeque

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Uma discussão permanente em Juiz de Fora envolve as instâncias esportivas. Como uma cidade com cerca de 600 mil habitantes não consegue emplacar um clube nos campeonatos da elite brasileira, e, quando isso ocorre, têm uma participação efêmera? O Tupi foi campeão da Série D, em 2011, e chegou à Série B, em 2016. Ficou entre os quatro últimos e caiu para a Série C, iniciando um descenso que o tirou de todas as competições nacionais. Hoje, o clube de tantas tradições é um arremedo do que foi em outras épocas, mesmo se comparado a outros períodos em que tinha apenas o campeonato estadual como referência. O clube já foi chamado de Fantasma do Mineirão, por vencer os três grandes da capital – Atlético, América e Cruzeiro – em Belo Horizonte, e teve um período áureo sob a gestão do empresário Maurício Batista de Oliveira.

Mas ficar apenas no Tupi seria uma injustiça histórica, pois a cidade também é sede de outros dois considerados grandes – Tupynambás e Sport – que vivem situação próxima, isto é, fora dos eventos nacionais. O Baeta, como é conhecido o time do Poço Rico, ensaiou uma redenção, mas acabou se perdendo na reta final do campeonato e ficou fora do turno final, depois de tantos ensaios de uma retomada em grande estilo. Já o Verdão, a despeito do patrimônio na Avenida Rio Branco, há tempos não participa dos torneios profissionais de futebol, mesmo com tanta história dos tempos de Francisco Queiróz Caputo e José Simão.

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A cidade viveu uma experiência promissora no vôlei, com o JF Vôlei, que participou de certames nacionais e deixou a quadra por conta de suporte financeiro. Ao contrário de problemas de gestão, o clube foi afetado pela falta de patrocínio, um dilema do esporte nacional. A cidade vai bem, por outro lado, em esportes individuais, com conquistas internacionais em jogos Olímpicos e Paralímpicos, com atletas que se tornaram referência no boxe e na natação.

Na edição desta quinta-feira, a Tribuna destaca a situação do Galo Carijó, que acumula uma dívida em torno de R$ 10 milhões. Para os seus padrões, é impagável, o que amplia ainda mais a crise na agremiação. No entanto, em vez de se render aos números, o momento é de reflexão e de busca de soluções.

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A discussão inicial passa pelo incentivo empresarial, mas este só possível diante de projetos com capacidade de retorno. É a lógica do jogo. Por isso, o primeiro passo é a reorganização interna, sem viés aventureiro num tempo de recursos escassos. Quando há bons projetos, porém, além do incentivo privado, há margem para leis de incentivo.

É necessário ainda buscar experiências de sucesso, pois municípios de menor porte têm conseguido se manter na, ou perto da, elite, como é o caso da Tombense, da cidade de Tombos, na Zona da Mata. Lá o patrocínio é privado, o que pode ser também tentado aqui, por ser a alternativa mais viável num momento em que o setor produtivo ainda se recupera, como os demais segmentos, dos danos provocados pela pandemia do coronavírus.

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