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Risco na estrada

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Existem os prazos dos homens e os prazos do Estado. Este ganha mais tempo para dar respostas à sociedade e para responder demandas, mas precisa ser mais ágil, sob o risco de comprometer as próprias ações. A BR-267 é a prova material dessa leniência. Há tempos, inclusive na Tribuna, se discute a necessidade de intervenções em vários trechos, nos quais a falta de acostamento e a sinalização comprometida pelo mato são uma constante. O jornal voltou ao tema na sua edição de quinta-feira (29) e encontrou a mesma situação. Tudo isso depois de os prefeitos da região terem se reunido e elaborado uma carta encaminhada ao Ministério dos Transportes para a tomada de providências.

O documento elenca uma série de problemas e destaca que a rodovia é estratégica no escoamento da produção e faz a ligação entre duas outras rodovias importantes – BR-040 até a BR-116 (Rio-Bahia) – e ainda permite o acesso ao Sul de Minas. Por conta disso, deveria merecer mais atenção do Dnit, que faz ouvidos de mercador aos apelos dos chefes de Executivo.

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A questão, porém, não é só de escoamento de produtos. Por causa da falta de sinalização e, também, da imprudência de muitos motoristas, a BR-267 é uma via de risco permanente, sobretudo por não ter pontos de ultrapassagem. A Tribuna mostrou situações de abusos em faixa contínua, mas também demonstrou que, além da falta de áreas de escape, a sinalização se assemelha a um jogo de adivinhação, por não ser possível enxergá-la em decorrência do matagal à sua volta. Fica claro que até obras pontuais não são executadas a despeito do imposto pago pelo contribuinte.

As estradas da região passam por uma importante discussão, mas os avanços são precários. A BR-040, privatizada em toda a sua extensão, vive o dilema das obras inacabadas. A Comissão de Transporte da Câmara, com respaldo em dados do TCU, estabeleceu que a duplicação do trecho da Serra de Petrópolis não pode passar por solução de continuidade, mas também não pode ocorrer pelo atual modelo que mantém preços considerados excessivos no projeto e com um pedágio de valores tão expressivos. A Concer, responsável pelo trecho Juiz de Fora – Rio de Janeiro, não se manifestou, mas articula sair da concessão até que a obra esteja completamente executada.

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Situação semelhante ocorre no trecho entre Juiz de Fora e Brasília, controlado pela Via 040. A empresa já manifestou interesse em deixar a concessão sob o argumento de custos além do esperado, embora tivesse em mãos profundos estudos que foram base para a concorrência de concessão.
Enquanto isso, o usuário fica à mercê da própria sorte. No caso da BR-267, pela falta de investimentos; na BR-040, por não saber o que virá pela frente.

 

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