Os juiz-foranos voltam às urnas neste domingo para o voto único de prefeito, por ser a cidade uma das quatro em Minas com segundo turno. Margarida Salomão (PT) e Wilson Rezato (PSB) passaram à segunda rodada por ficarem em primeiro e segundo lugares, respectivamente, num pleito em que a cidade teve o número inédito de 11 candidaturas, que, democraticamente, se apresentaram aos eleitores. No último dia 15, foram eleitos os 19 vereadores, agora aptos a ocupar a próxima legislatura, a ser inaugurada no dia 1º de janeiro de 2021.
Válido apenas para cidades com mais de 200 mil eleitores, o segundo turno dá chance para avaliação das duas propostas de gestão mais bem situadas na disputa de primeiro turno, quando, diante de tantos nomes, como ocorreu este ano, a discussão é mais rasa, a despeito de eventos como os debates terem sido espaços próprios para o enfrentamento. O Grupo Solar, que este ano teve a parceria da UniAcademia, encerrou na última quinta-feira o ciclo de discussão dos projetos, quando os dois finalistas estiveram frente a frente nos estúdios da TV Diversa. Um encontro semelhante com todos os 11 candidatos foi realizado no dia 12.
A eleição de 2020 teve contornos especiais em decorrência da pandemia. Começou com a mudança de data. Se antes era realizada no primeiro domingo de outubro, voltou no tempo, quando eram realizadas no dia da Proclamação da República. Com um primeiro turno no dia 15 e o segundo no dia 29, os candidatos à rodada final tiveram apenas 14 dias para se prepararem para o embate deste domingo.
Outra mudança foi na própria legislação. Sem coligações proporcionais, os partidos, em busca de visibilidade, não pouparam na busca de candidatos ao Executivo. Onze candidaturas é uma marca histórica na cidade, que foi marcada também pelo ineditismo, ao ter cinco mulheres na lista de postulantes à Prefeitura Municipal.
A despeito de nem todos terem respeitado as regras estabelecidas pela vigilância sanitária, a ausência de comícios e eventos coletivos de mobilização também mudou o modelo de campanha. Os políticos transitaram com mais frequência pelo terreno digital em busca do eleitor em isolamento.
Esse novo formato teve ganhos e perdas. Pelo lado positivo, ampliou o alcance das campanhas, sobretudo as de menor porte, que não tinham meios para grandes mobilizações, mas, por outro lado, o volume de notícias falsas tornou-se endêmico, repetindo, em proporções locais, o que já tinha ocorrido em 2018.
Esse é um dado a ser considerado para os próximos pleitos, pois o eleitor não pode ser submetido a um cenário impune de fake news. O sistema de fiscalização ainda é precário para impedir tais informações, que não são gestos ingênuos de quem apenas quis chamar o eleitor. São ações profissionais, voltadas para bolhas que se tornam propagadores das desinformações.
Ainda hoje, se não houver contratempos, o juiz-forano terá o resultado por volta de 20h. O pleito direto é uma vitória da cidadania. Que continue sendo assim.