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Áreas ocupadas

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No seu primeiro pronunciamento como titular da Segurança, o ministro Raul Jungmann fez considerações importantes que devem ser colocadas na agenda de discussão sobre a violência que grassa pelo país afora. Chamou a atenção para o consumo de drogas ilícitas, fonte primária de financiamento do tráfico, e a banalização do crime. No seu diagnóstico, defendeu a criação do Sistema Único de Segurança Pública no Brasil e de uma autoridade sul-americana para tratar do tema, uma vez que várias questões ultrapassaram as fronteiras. E o tráfico de armas e de drogas está nesse contexto. Para o ministro, o baixo índice de solução de homicídios e o fato de líderes criminosos comandarem seus presos, transformando o presídio em “home office” do crime, também carecem de ação do Estado.

Jungmann tem razão ao apontar tais demandas, que devem ser uma discussão permanente da própria sociedade. A violência, porém, não deve ser tratada apenas sob o viés da repressão, sob o risco de não avançar. Há anos, o país vive um estado de guerra nas comunidades, com perdas de ambos os lados, sem que a situação melhore. Processos focados na inteligência e ações paralelas de recuperação social são estratégicas para dar à população algum tipo de alternativa. Hoje, as favelas são áreas dominadas, e, quando reage, o Estado atua apenas sob o viés da invasão. No Rio, o projeto das UPPs fracassou por conta de erro do próprio Governo, que mandou soldados, mas esqueceu de fazer o mesmo com escolas de qualidade, postos de saúde, áreas de lazer e até mesmo espaços religiosos. Ficou apenas no enfrentamento.

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Por conta disso, já na sua primeira entrevista, o general Walter Braga, interventor federal, chamou a atenção para medidas forjadas em inteligência, para evitar que a população fique, como tem sido até agora, no fogo cruzado entre bandidos e polícia. E, nesse choque, tem sido ela a principal vítima.

 

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