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Efeitos colaterais

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Moradores da Baixada Fluminense começaram a semana sob cerrado tiroteio no Complexo da Maré, em decorrência do enfrentamento entre quadrilhas que levou à intervenção de policiais da Core, elite da Polícia Civil, e do Bope, tropa de choque da Polícia Militar. Como consequência, as avenidas Brasil, Linha Vermelha e Linha Amarela tiveram o trânsito interrompido durante boa parte da manhã.

As implicações desse enfrentamento afetam não apenas os moradores da região – que ficam sob fogo cruzado – mas também os demais usuários, entre eles juiz-foranos que têm esse trecho como única alternativa para chegar ao Centro do Rio. E isso é feito todos os dias.

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As imagens impressionam, mas não surpreendem. Motoristas e demais passageiros, de veículos particulares e ônibus, deixaram seus carros e se esconderam nas muretas enquanto os policiais atuavam, especialmente, na Favela do João e nas proximidades da Ilha do Fundão. Foram cenas que frequentemente se repetem na vizinha cidade, marcada pela violência urbana sem fim.

Às vésperas das eleições, pouco se falou sobre segurança pública nas campanhas, especialmente no estado vizinho. Os candidatos passaram recibo num tema relevante, mas sem solução. Entra e sai governador, e a Cidade Maravilhosa continua com os mesmos problemas.

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O combate à violência não se faz exclusivamente com a ação policial. Quando criaram as Unidades de Polícia Pacificadora, nas regiões mais conflagradas, o projeto ficou no meio do caminho, por implicar, necessariamente, a adoção de programas sociais, de lazer e de educação.

Em Minas, a experiência do programa “Fica Vivo” deu certo, pois segue, exatamente, o processo de medidas coletivas. A ação repressiva do Estado, é fato, se faz necessária, mas a comunidade precisa de projetos complementares para garantir sua segurança e sua pacificação. Em Juiz de Fora, por conta da pandemia, a unidade instalada no Bairro Olavo Costa restringiu suas atividades, carecendo, pois, de retorno de todas as ações.

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Durante Fórum de Segurança Pública, constatou-se a necessidade de implantação de mais uma etapa do programa, desta vez na Zona Norte, também considerada uma das chamadas áreas quentes. Espera-se que a gestão a ser inaugurada em janeiro acolha tal demanda. A população precisa desse respaldo.

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