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Perigo à vista

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Uma projeção do Instituto para Métricas de Saúde e Avaliação, ligado à Universidade de Washington, indica que o número de mortes por Covid-19 no Brasil deve passar de 125 mil no começo de agosto. De acordo com a matéria publicada no portal G1, “o Brasil deve seguir o exemplo de Wuhan, na China, e o da Itália, da Espanha e de Nova York e impor ordens e medidas para tomar controle de uma epidemia que está crescendo rapidamente e reduzir a transmissão do coronavírus”, diz o diretor do IHME, sigla em inglês do instituto, Christopher J. L. Murray.

Projeções não são dados definitivos, mas emblemáticas, pois apontam – e aí é um fato – para a necessidade de medidas de enfrentamento à pandemia. Na última segunda-feira, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, advertiu que a contaminação estava migrando para o interior, o que implicaria implantação de infraestrutura para conter essa nova onda. Portanto, se isso não for feito, os números da universidade podem se confirmar.

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Com alerta de tamanha magnitude e com dados em mãos que o próprio ministro revelou, a questão é saber o que será feito para o estabelecimento de diques de contenção da pandemia. O debate entre flexibilização do comércio versus ciências não seria o foco central desde que os dois lados se comprometam a tomar medidas razoáveis para enfrentar a doença pelo lado da ciência e garantir o viés econômico para não matar o setor produtivo.

O dado central passa pela ampliação dos leitos de UTIs da rede pública e controle absoluto da mobilidade, com informação, máscara e álcool gel para a população, além de EPIs para os profissionais da saúde. Nos pequenos municípios, principalmente, as ações ainda são rasas, sobretudo naqueles em que a pandemia ainda não se apresentou gravemente. É uma questão de tempo. E esse é um dos problemas.

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Mas há fatores que precisam também ser superados, pois comprometem as políticas de enfrentamento à doença sem, necessariamente, estarem na agenda da população. Um deles é o embate político que perpassa as instâncias de poder. A politização da pandemia tornou-se uma questão que precisa ser afastada no curto prazo, pois os danos não atingem diretamente os atores desses entreveros, e sim a população. Num ano de eleições – ainda sem data marcada -, os embates não se esgotam na instância federal, chegando também às bases, com lideranças adotando medidas eivadas de interesse político.

Mudar esse cenário faz parte dos processos que precisam ser adotados para evitar a tragédia anunciada pelo instituto ligado à universidade americana.

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