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O barão vive

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Se vivo fosse, o jornalista Apparício Fernando Brinkerhoff Torelly, o Barão de Itararé, não teria tempo para criar suas frases ante o imensurável número de acontecimentos, especialmente na instância política. Mas o barão vive. Quando diz que, de onde menos se espera, daí é que não sai nada, ele atualiza o noticiário, pois o eleitor já vai às urnas permeado de ceticismo e tem suas dúvidas confirmadas ante a inação dos setores parlamentares. Há, é fato, exceções.

O que não muda, porém, é a avalanche de denúncias que não sai nunca do noticiário. Depois da mala para o assessor do presidente Temer, que voltou a dizer que não conhecia o seu conteúdo, o delator Joesley Batista disse que um de seus assessores entregou uma mala com R$ 500 mil ao senador Ciro Nogueira, que vem a ser o presidente do Partido Progressista. O ato teria sido consumado na garagem do parlamentar que, evidentemente, nega tudo.

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Joesley voltou a abrir a caixa-preta, revelando novos detalhes e novas denúncias no seu eterno jogo em que público e privado se misturam em benefício mútuo e em prejuízo dos cofres públicos. Isso significa que vem mais coisa pela frente, deixando vários personagens sem dormir ou, pelo menos, preocupados com as 6h da manhã, que é quando a Polícia Federal inicia o cumprimento de ordens judiciais.

Mas há mais. O ex-ministro Antônio Palocci, que atuou em vários governos do PT, fechou delação premiada com a Polícia Federal. Já prestou depoimento, e os primeiros dados impressionam, pois acrescentam detalhes a uma série de ações ilícitas que marcou os bastidores da política. Resta, porém, a homologação pela Justiça, ocasião em que começam, também, eventuais convocações dos envolvidos.

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Passam-se os meses e o país não sai desse enredo, como se fosse um samba de uma nota só, a despeito de tantas demandas pela frente. O barão iria deitar e rolar se Torelly ainda estivesse por aqui.

 

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