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As polêmicas do Jardim Botânico

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Inaugurado em abril de 2019, o Jardim Botânico de Juiz de Fora está no seleto grupo de conquistas históricas do município. Afinal, trata-se de um equipamento público que beneficia essa e as futuras gerações, além de contribuir para a proteção do meio ambiente ao mesmo tempo em que garante aos cidadãos um espaço de bem-estar e convívio com a natureza.

Administrado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o Jardim Botânico saiu do papel diante de esforços conjuntos das mais diferentes esferas do poder e da sociedade civil organizada. E, para além disso, representou uma vitória contra interesses da iniciativa privada, que queria, naquele mesmo fragmento de espaço da Mata do Krambeck, lançar um condomínio de casas de alto padrão para poucos privilegiados.

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Embora seja um local único, bonito e agradável, o Jardim Botânico prometeu ser mais. Afinal, quando o projeto foi lançado, foi divulgada uma série de equipamentos paralelos que iria compor o espaço de proteção ambiental, entre eles, um trenó de montanha e um teleférico.

Ambas as atrações ficaram apenas na promessa, em razão de um conjunto de fatores, sobretudo de dificuldades econômicas e questões ambientais. Entretanto as iniciativas não se limitaram ao plano no papel, pois elas tiveram as execuções iniciadas, e, depois, interrompidas.

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No caso do teleférico, ainda hoje é possível observar as hastes instaladas na altura do Mirante do Bairro Eldorado, de onde as cabines sairiam em direção ao parque. E sobre o trenó de montanha, os veículos chegaram a ser adquiridos e permanecem armazenados.

Projeção realizada em 2019, conforme reportagem da Tribuna à época, estimava gasto de R$ 16 milhões com tais iniciativas até aquele momento. E uma projeção de valor final superior a R$ 30 milhões para que os atrativos fossem inaugurados. Não foram.

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Agora, a UFJF tenta ao menos reduzir o prejuízo do investimento, através de um leilão anunciado esta semana para a venda do trenó de montanha. O valor inicial do certame, marcado para o dia 9 de fevereiro, é de R$ 1.605.184,19, o mesmo previsto em outro leilão, ocorrido em 2021, quando não houve interessados. Trata-se da terceira tentativa de leilão com a mesma finalidade.

Em 2013, os mesmos equipamentos custaram aos cofres públicos o equivalente a R$ 2.171.360,25 (incluindo ainda os custos de importação), o que corresponde a R$ 4.836.192,95 em valores corrigidos pelo IPCA, índice calculado pelo IBGE, no final de 2022.

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Já com relação ao teleférico, não há sequer uma solução de curto prazo, uma vez que as questões que envolvem o atrativo foram judicializadas.

Nesse cenário, é urgente uma definição sobre essas questões, para que não haja ainda mais desperdício de recursos públicos. Além disso, cabe ao Poder Judiciário dar as devidas respostas à sociedade, inclusive apontando e punindo eventuais responsáveis pelos erros que fizeram dessas expectativas uma grande frustração. O acompanhamento desse caso se manterá constante na Tribuna.

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