Embora surpresos com a decisão da prefeita Margarida Salomão, que não esperou mudanças nas etapas do Minas Consciente e tirou Juiz de Fora do programa do Estado, lideranças empresariais não só aprovaram como consideraram ser uma oportunidade de a cidade gerenciar as suas próprias demandas sem o que consideram engessamento em relação às demais instâncias. Na avaliação desses líderes, os métodos de análise são os mesmos, mas a cidade ganha autonomia para tomar suas decisões.
O Minas Consciente foi importante, pois coordenou as ações de um estado com 853 municípios e criou regiões para a implementação de medidas, mas a demora em sua atualização – o que deve ocorrer a partir da quinta-feira – apontou para a necessidade de as prefeituras tomarem decisões próprias, pois conhecem de perto as demandas da população e as consequências da pandemia em seu território.
Cidades do porte de Juiz de Fora – como as que são consideradas polo, além da capital – têm peculiaridades próprias, o que faz delas autônomas por conta de suas demandas. Os bairros são diferentes, implicando projetos diferenciados que o Minas Consciente não tem meios de contemplar pelo viés regional.
A prefeita Margarida Salomão, quando anunciou o desligamento, foi enfática ao destacar que, a despeito do desligamento, a cidade não fez qualquer rompimento com o Governo do estado, estando apta a participar de discussões e parcerias, sobretudo para a fase de vacinação, que já começou.
De fato, mesmo gerenciando os seus processos, o Município, ao atuar de acordo com as normas do Plano Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde, se habilita a receber as doses necessárias para imunização da população.
Ao se apartar do Governo estadual, a cidade ganha autonomia para questões próprias, como mudança no perfil das ondas, agora chamadas faixas, e os alvos a serem alcançados. Para isso, porém, é preciso ampliar as articulações, mesmo com um conselho de formação bem diversa. A cidade, por ser regional, tem vários setores que precisam ser chamados à mesa para a tomada de decisão, o que não é um problema ante o perfil anunciado pela própria prefeita, quando em campanha e em sua posse de governar para todos.
Durante debate na Rádio CBN Juiz de Fora, os empresários explicitaram uma questão que marcou o Minas Consciente e as decisões da gestão passada: mudar de onda tornou-se uma rotina que ampliou ainda mais a crise, pois, num cenário de incertezas, não havia dados para a tomada de medidas envolvendo a gestão, como a formação de estoque. No caso de bares e restaurantes, a situação ainda era mais grave, por lidarem com produtos perecíveis. O abre e fecha causou muitos prejuízos.