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GATO POR LEBRE

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No jogo político, é comum dizer que algumas questões só devem ser definidas aos 48 minutos do segundo tempo, isto é, nos acréscimos, a fim de surpreender o concorrente. É com essa premissa que os partidos, em sua maioria, estão adiando a indicação dos candidatos a vice-prefeito, dando margem a especulações. Estas, aliás, são próprias para aferir o potencial do pré-candidato. Exposto aos comentários, ele é, de uma certa forma, avaliado pela própria legenda. É com esse raciocínio que muitos caciques políticos atuam, preferindo jogar os nomes ao vento para ver o que vai dar.

Esse tipo de política, porém, mesmo tendo dado certo em outras ocasiões, já não é mais a melhor tática. O leitor, a cada pleito mais esclarecido, quer saber com antecedência com quem irá discutir as demandas do município. Mesmo sendo o cabeça de chapa a principal referência, o vice é estratégico, por não ser mais um mero coadjuvante. A figura do número dois tem que ser pensada com critério, pois, além de substituir, ele também sucede. E é o que se vê, hoje, no cenário nacional. Enquanto o presidente Lula atuou oito anos com um vice que só se incomodava com os juros praticados pelo Banco Central, a presidente afastada, Dilma Rousseff, teve um vice discreto, mas hábil nos bastidores. E deu no que deu.

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Nos municípios, a escala é outra, mas, além do respaldo partidário, os candidatos a prefeito devem ter afinidades com o seu vice não apenas para afinar o discurso mas também para evitar surpresas. Quando não há compatibilidade, o eleitor, que apostou em determinado projeto, corre o risco de se surpreender em caso de sucessão. E aí fica com a sensação de comprar gato por lebre, quando o problema de fundo foi a falta de afinidade dos candidatos, colocados na mesma chapa por conveniências políticas, distantes do viés ideológico.

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