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Crise no interior

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O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, alertou, nesta segunda-feira, que o efeito do coronavírus em cidades do interior ainda está por vir. Ele explicou que a pandemia tem três etapas: preparação, impacto nas regiões metropolitanas e capitais e impacto no interior. O país, disse durante palestra na Fiocruz, está na segunda etapa. Dados da própria Fiocruz apontam que 44% das cidades do país de 20 a 50 mil habitantes já tinham casos da Covid-19 no início deste mês.

Os números são emblemáticos para a discussão que se trava sobre as medidas a serem adotadas. Enquanto nas metrópoles – entre elas Juiz de Fora – as ações de isolamento estão em curso, embora nem todos com sucesso, no interior a vida prossegue como se nada tivesse acontecido, ressaltadas, evidentemente, as exceções, sob o argumento de a doença estar longe. Trata-se de um fato, mas, se não houver precaução, o vírus pode levar a danos irreversíveis, sobretudo por estas comunidades não terem a mínima estrutura para atendimento dos casos mais graves.

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E aí surge o outro problema: sem meios para acolher seus pacientes, pois nem hospitais têm, a maioria dessas regiões recorre ao município sede, enviando para este os seus doentes, como já ocorre em Juiz de Fora, que tem em seu entorno quase cem municípios. Se estes não tomarem as providências, tal situação pode ser vista aqui, comprometendo, inclusive, as decisões tomadas no município para flexibilização de seus serviços.

A adesão ao Minas Consciente tornou-se uma necessidade não apenas das metrópoles, mas também das prefeituras de cidades de menor porte. Ao acolherem as regras do programa, certamente estarão tomando as medidas que o ministro considera como fundamentais para conter o avanço da pandemia para o interior.

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Por sua vez, a recíproca tem que ser verdadeira. Instadas a aderirem ao programa, tais regiões precisam, no curto prazo, de recursos e meios para executar suas medidas dentro da própria base, assegurando o atendimento in loco de seus doentes. É um projeto que exige envolvimento, coordenação e, sobretudo, vontade política – sem temer os danos políticos – para colocá-lo em prática.

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