As lideranças políticas, empresariais e comunitárias devem aproveitar a campanha eleitoral para apresentarem aos candidatos, tanto aos postos no Executivo quanto aos pretendentes a vagas na Assembleia e na Câmara Federal, as principais demandas da região, muitas delas já levantadas nas muitas discussões feitas não só em Juiz de Fora, mas também no seu entorno. Algumas são de interesse unânime da Zona da Mata, enquanto outras são pontuais, o que não impede de serem apresentadas aos políticos.
Ao contrário de outros momentos, nas quais os contatos são precários por uma série de razões, a campanha é um período único para tais ações, pois todos, em busca do voto, estarão atentos aos pleitos a eles apresentados. De quatro em quatro anos, esse processo se repete, embora nem sempre tenha dado os esperados resultados. Um caso emblemático é o Hospital Regional. Iniciado na gestão tucana, sua conclusão ainda é incerta a despeito das muitas gestões que se comprometeram com a sua inauguração.
O governador Romeu Zema, que retorna a Juiz de Fora no dia 31, foi o último a se manifestar e garantiu que os recursos estão alocados, fruto do processo de indenização da Vale do Rio Doce pela tragédia de Brumadinho. A definição da empresa para execução das obras ainda não se consumou, mas ele garantiu que o serviço será feito no próximo mandato, especialmente se for reeleito.
O hospital é apenas uma das muitas demandas da região, que, durante décadas, ficou na retaguarda dos investimentos do Estado. O entorno de Juiz de Fora, ao contrário de regiões mais ricas, como o Triângulo, o Sul de Minas e a Região Metropolitana de Belo Horizonte, apresenta índices de desenvolvimento aquém de suas necessidades, especialmente na área de saúde. O hospital, pelo próprio nome, tem como meta resolver esse gargalo. A pandemia foi a face mais emblemática quando a maior parte dos pacientes teve que acorrer à rede hospitalar de Juiz de Fora.
Os demais candidatos terão agenda na região e devem ser convidados a apresentar suas metas e se mostrarem dispostos a ouvir os pleitos. Pestana, por exemplo, conhece bem a área da saúde, por ter sido secretário de estado da pasta. Alexandre Kalil vem de uma experiência exitosa na Prefeitura de Belo Horizonte e conhece a preocupação dos prefeitos da região. As coisas acontecem nas cidades, mas as prefeituras continuam sendo a escala final da arrecadação. Muitas, como já foi dito de forma exaustiva neste mesmo espaço, vivem à mercê do Fundo de Participação, que vira e mexe passa por alterações, sobretudo quando a arrecadação cai ou reduções como a do ICMS são adotadas.
Aproveitar o momento é uma missão a ser cumprida, daí a importância de as lideranças dos diversos segmentos elaborarem suas pautas e entregarem a conta aos candidatos. Há muito a ser feito. Vale o mesmo para os postulantes aos postos de deputado estadual, deputado federal e a senador.