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Ação e reação

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A greve dos caminhoneiros deixa o país paralisado, mas ainda não foi suficiente para convencer o Governo de que precisa mudar sua política tributária, hoje responsável por forte pressão sobre o setor produtivo. A redução anunciada na noite de quarta-feira é temporária, sobretudo pelo fato de não se saber como compensar essa perda de receitas. Mas, se o Planalto ainda discute, na Casa ao lado, o Congresso Nacional, os políticos começam a reagir ao impasse. Alguns bem-intencionados outros com o objetivo de surfar na crise e tirar proveito eleitoral em seus estados.
Adversários ferrenhos, os senadores Romero Jucá (MDB-RR) e Randolfe Rodrigues, da Rede, se uniram para apresentar projeto emergencial de resolução que limita em 18% a cobrança de ICMS sobre a gasolina e álcool, e em 7% sobre o diesel. Em alguns estados, a tributação chega até 35%, mas esbarraram no ego do presidente do Senado, Eunício de Oliveira, que, por não ser protagonista da ideia, adiou sua discussão. A ideia, no entanto, é temerária. Resolve um lado, mas penaliza os estados, já com o caixa comprometido.
Num cenário de aumento de preço do barril do petróleo e sobrevalorização do dólar, a Petrobras se vê num mato sem cachorro, pois não teria caixa para enfrentar tal inflexão econômica, vendo no aumento dos combustíveis a única saída. O problema, porém, é que sua decisão salva o seu caixa, mas aperta os demais segmentos. Os caminhoneiros foram os primeiros a reagir, mas outros setores já anunciam tomada de posições.
A campanha eleitoral seria o momento adequado para os pré-candidatos exporem suas ideias. Um dos temas é a reforma tributária. O atual modelo é perverso, pois só tem o aumento dos tributos como alternativa para aumentar receitas e não se vê nenhum candidato com um discurso claro sobre o assunto. Criticam, mas não mostram o caminho.
O Congresso, que mais reage do que age, precisa tomar providências urgentes, a fim de garantir o fim do impasse cujas consequências, como sempre, se abatem sobre a população.

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