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Obras enterradas e os problemas crônicos

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Existe uma máxima que diz: “Obras enterradas não dão votos”. Essa frase é comumente usada como uma explicação para os gestores públicos que evitam promover obras que ficam sob o solo. É diferente de investimentos que ficam visíveis aos olhos dos cidadãos, como viadutos, pontes, novas escolas ou unidades de saúde. Mas o fato é que as obras “enterradas” não podem ser negligenciadas, pois elas resolvem problemas crônicos, que podem afetar milhares de munícipes por anos – ou até décadas -, vide o drama vivido pelos moradores do Bairro Santa Luzia.
Em Juiz de Fora, há exemplos de “obras enterradas” que foram executadas e resolveram problemas. Afinal, o que seria da Avenida Itamar Franco se o Córrego Independência ainda estivesse exposto?

E o processo de despoluição do Rio Paraibuna? Muitos não sabem, mas é gradativo o trabalho da Cesama de desviar a água de esgoto antes que ele caia na calha do Rio Paraibuna, e isso já resulta em tratamento de parte dos efluentes gerados no município, por meio da Estação de Tratamento de Esgoto do Granjas Bethel, na Zona Sudeste. Trata-se de uma intervenção que só é vista quando causa transtornos no trânsito, pois não se percebe o resultado de forma imediata, uma vez que os efeitos são de médio e longo prazos.

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Há uma exceção à regra quando se fala da importância das “obras enterradas”. É no período chuvoso que as consequências das falhas na infraestrutura urbana ficam evidentes, seja por meio das ruas alagadas ou até mesmo nas verdadeiras crateras que se formam no asfalto, colocando motoristas e motociclistas em perigo.

No último domingo, por exemplo, uma forte chuva foi suficiente para causar alagamentos em ruas dos bairros Democrata e Mariano Procópio. Os problemas ocorreram pelo transbordamento do Córrego São Pedro, que a partir da Cidade Alta busca o encontro com o Rio Paraibuna, passando por esses bairros citados, além do Vale do Ipê.

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Ainda esste ano, os moradores do Bairro Industrial voltaram a enfrentar as enchentes após o transbordamento do Córrego Humaitá na altura da Avenida Lúcio Bittencourt, que está em um nível abaixo do Rio Paraibuna. E ontem, mais uma vez, revivemos o drama do Santa Luzia.

Há soluções parciais em curso para tratar dessas questões. Uma delas depende da Câmara Municipal, pois a Prefeitura aguarda a autorização para firmar um empréstimo de R$ 420 milhões para obras de drenagem. Entre os bairros que devem ser contemplados estão Industrial, Mariano Procópio, Democrata, Santa Luzia e Linhares.

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É neste período, de instabilidade atmosférica, que coincide com o verão, que esses problemas precisam ser amplamente discutidos, pois essa é uma forma de sensibilizar a população de que as “obras enterradas” são tão importantes como outras consideradas mais visíveis. Nesse caso, não se trata de gastos, e sim de investimentos, para que a população não tenha mais prejuízos e danos psicológicos a cada período chuvoso.

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