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Ainda há tempo

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A polarização entre as candidaturas do presidente Jair Bolsonaro e do ex-presidente Lula tem antecipado o debate da terceira via, dando margem a uma série de especulações em torno de nomes e dúvidas sobre o seu potencial de votos. Até agora, os pré-candidatos que se apresentaram continuam estacionados na casa de um dígito na preferência dos eleitores, de acordo com quase todas as pesquisas de intenção de voto.

Essa situação, que para uma expressiva parcela é angustiante, pois ninguém decola para ser tertius da disputa, tem justificativas. Bolsonaro e Lula têm maior exposição não apenas nos veículos formais de comunicação, mas também nas redes sociais. Um é presidente, e o outro ficou oito anos na mesma cadeira. Entre os demais, nenhum outro teve tamanha exposição, embora o tucano João Doria seja governador da maior metrópole do Brasil e o ex-ministro Sérgio Moro tenha sido protagonista da Operação Lava Jato.

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Como os prazos para mudança ou filiação de partidos foram reduzidos para seis meses, o princípio da anterioridade jogou para março e abril a definição do processo eleitoral. Muitas composições ainda estão em curso, e haverá prazo para consolidação dos demais atores. A terceira via, hoje, é uma incógnita, mas as apostas indicam que ela ainda é possível, sobretudo se os demais interessados abrirem mão de seus projetos e fecharem em torno daquele que estiver mais bem situado nas pesquisas.

Esse, talvez, seja o maior desafio, pois, no caminho do meio, a despeito de haver um discurso antiextremos, também há profundas divergências ideológicas. Considerar que todos estão na mesma trilha é admitir uma comunidade imaginada que, como o próprio nome diz, não existe na prática. Ciro Gomes e Moro têm uma diferença abissal, assim como Doria e Ciro não têm as mesmas ideias de gestão.

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Conciliar esse emaranhado de interesses não é um processo simples, ainda mais quando se sabe que diversas candidaturas estão no páreo apenas para eventuais composições. Entretanto, como a política é dinâmica, só o tempo dirá com qual cenário o país chegará na primeira etapa do próximo semestre.

Ademais, forjar uma candidatura à presidência implica ainda em negociações nos estados, pois os governadores também estarão sob o escrutínio das urnas e, por consequência, avaliam o melhor caminho a seguir. Como a reciprocidade é um fato, acordos nacionais geralmente esbarram em demandas regionais, principalmente em função do excessivo número de partidos e das coalizões que eles promovem para garantir uma boa performance nas urnas.

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