A partir de amanhã, Juiz de Fora volta para a onda vermelha do programa Minas Consciente, mantendo em funcionamento apenas os serviços considerados essenciais: supermercados, serviços de alimentação, farmácias e bancos. Bares e restaurantes poderão atuar apenas nos modelos de delivery e retirada de produtos. Uma medida que parecia inevitável desde o final de novembro, quando a Tribuna passou a mostrar diariamente a piora de todos os indicadores da pandemia em Juiz de Fora, e só agora se concretizou.
Já se falou neste espaço que múltiplos são os fatores que podem ter contribuído para o agravamento da situação, mas a restrição à circulação de pessoas, que requer o fechamento e a interrupção das atividades não essenciais, é o que tem, até agora e em todos os locais do mundo, contido a disseminação do vírus Sars-Cov-2. Dias de Natal e Réveillon são dias de festas e encontros, mas este não é o momento de afrouxamentos.
No início do mês, em 3 de dezembro, o Comitê Municipal de Enfrentamento e Prevenção à Covid-19 chegou a indicar a regressão da cidade para a onda vermelha, mas, após a pressão do setor varejista, que está em apuros financeiros por conta da pandemia e esperava recuperar o ano perdido nesta semana natalina, acabou levando ao recuo do Município no dia seguinte. E Juiz de Fora permaneceu na onda amarela.
Mas, como a Tribuna vem mostrando nos últimos dias, a situação está ficando insustentável em hospitais e unidades de atendimento. A cada dia, os leitos de enfermaria e UTI estão mais lotados, e o número de contágio e de mortes aumenta. Profissionais de saúde revelaram para a reportagem estar no limite da capacidade de trabalho, vivendo situações de estresse e exaustão diários. Além disso, há déficit de trabalhadores na área, com os afastamentos por Covid ou mesmo pelo não preenchimento das vagas.
A onda vermelha vai abranger, inicialmente, o período entre 25 de dezembro e 7 de janeiro e, desta forma, alcançará a nova gestão municipal. A prefeita eleita, Margarida Salomão, já falou sobre a necessidade de priorizar a segurança sanitária, mas também quer atuar para reduzir os impactos econômicos e sociais da pandemia. Durante a diplomação, semana passada, ela anunciou convênio com o Instituto Butantan para aquisição de um milhão de doses de vacina para a cidade. Juiz de Fora atingiu um grave cenário epidemiológico, e qualquer medida para conter mais mortes é bem-vinda.