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Nada mudou

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Embora poucos considerem estar o país na segunda onda do coronavírus, o aumento de casos é uma realidade, o que exige, de pronto, medidas imediatas das autoridades para evitar os números do meio do ano, quando a curva de mortes estava acima de mil ocorrências diárias. As cidades, e Juiz de Fora não é exceção, voltam a apresentar cenários de normalidade, que começam pelo volume de carros nas vias centrais. No sábado pela manhã, a Avenida Rio Branco registrava retenções recorrentes, algo incomum quando a pandemia estava na sua fase mais crítica.

Fechar bares e restaurantes e salões de beleza é uma medida drástica que não resolverá o problema, ao contrário, vai agravar ainda mais a situação da economia, mas algumas medidas devem ser implementadas no combate a aglomerações, que nem sempre acontecem nesses estabelecimentos. Os jovens, principalmente, se juntam em qualquer lugar, agindo como transmissores ativos da doença. Estudos recentes indicam que essa faixa é o ponto principal de disseminação, transferindo o vírus das ruas para suas próprias casas.

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Enquanto a vacina não chega à maioria da população, para dar fim à curva de contaminação, é necessário agir com todos os cuidados possíveis, sobretudo por ninguém estar imune. Até mesmo quem já teve a doença deve se cuidar – a despeito de serem baixos os casos de nova contaminação, ela ainda isso é possível.

Negar a existência dos riscos é o pior dos mundos num momento em que a população, em escala global, precisa estar convencida do contrário. A Europa já toma medidas drásticas nas áreas mais críticas com lockdown. O Velho Continente viveu a crise antes do Brasil e dela saiu primeiro, mas, por considerar que a pandemia estava sob controle, vive, agora, a segunda onda, com dados semelhantes à fase inicial.

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O Brasil deveria ter aprendido a lição quando a Europa e os Estados Unidos batiam recordes de mortes. Não se convenceu e tornou-se o segundo maior em número de óbitos. Agora, nesse novo cenário, é fundamental que não sejam repetidos os erros que colocam o país nesse perverso ranking. No ciclo de negação, dois ministros assumiram e caíram na pasta da Saúde.

Uma das medidas é evitar a politização da doença, que, em vez de ser tratada como uma questão de demanda pública, virou tema de enfrentamento já com vistas ao pleito de 2022. Os personagens desse enredo prestam um desserviço ao país e à população, que irá às urnas daqui a dois anos para escolha dos governadores, deputados, senadores e, especialmente, da Presidência da República.

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