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Tempo escasso

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Embora a definição do cenário eleitoral só deva ocorrer depois das convenções de julho, a janela partidária e as federações, que deverão estar confirmadas até o dia 31 de maio, são fatores importantes para os pré-candidatos, pois, a partir desses dois processos, já deverão ter ideia de como o eleitor estará reagindo às suas propostas.

Os líderes das pesquisas de intenção de voto – Lula e Bolsonaro, nessa ordem – tendem a ampliar a polarização, sobretudo se a chamada terceira via não se consolidar. Os números atuais indicam que o tempo está passando, e os demais interessados na cadeira presidencial não conseguem sair da casa de um dígito das pesquisas.

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Falando em um foro do Banco BTG Pactual, que ontem ouviu Ciro Gomes, o governador de São Paulo, João Doria, vencedor das prévias do PSDB, admitiu, pela primeira vez, que poderá abrir mão de sua pré-candidatura à Presidência em nome da viabilidade de uma terceira via. Acrescentou que a sua candidatura, a do juiz Sérgio Moro (Podemos) e a da senadora Simone Tebet (MDB) devem convergir para um único nome no futuro.

O governador é pressionado pela baixa performance nas pesquisas e por tucanos, como Aécio Neves, Tasso Jereissati e Eduardo Leite, que se preocupam com o futuro do partido sem uma candidatura forte à Presidência ou uma aliança capaz de garantir a performance dos candidatos a governador e a deputado.

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Simone Tebet é um nome em ascensão, enquanto Moro se desidratou nos últimos levantamentos. Como Doria, o candidato Ciro Gomes (PDT) também vive sob pressão dos aliados, que adotam o velho refrão de farinha pouca, meu pirão primeiro, sobretudo quando se trata de alianças regionais.

A janela partidária, que começa na quinta-feira que vem, possibilitará as trocas de partidos sem risco de se perder o mandato, e será um momento singular para aferir o interesse dos políticos em torno de candidaturas.

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A terceira via, se o pleito fosse hoje, seria um mero sonho de verão, mas ainda há tempo – embora já um pouco escasso – para abrir um espaço na disputa entre o presidente e o ex. Por enquanto, porém, a questão é saber em que nível de engajamento eles vão disputar em outubro.

Em estados como Minas Gerais, a polarização também se repete. Fora o ex-prefeito Alexandre Kalil, nenhum outro nome ameaça o governador Romeu Zema. Hoje, aliás, seu principal adversário não é sequer o prefeito de Belo Horizonte. O que lhe tira o sono é a paralisação dos profissionais da área de Segurança Pública e a intransigência da Assembleia em votar temas que considera relevantes, como o Plano de Recuperação Fiscal de Minas, ora parado na mesa do presidente do Legislativo, deputado Agostinho Patrus.

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