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Sentença de Moro

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O julgamento do ex-presidente Lula, nesta quarta-feira, não significa apenas um recurso judicial em torno de um réu condenado em primeira instância. É mais do que isso. Além do julgamento, é também uma importante inflexão no processo pré-eleitoral. Se condenado por três a zero, o ex-presidente estará próximo da inelegibilidade, embora haja recursos, e aí estaria criado um cenário preocupante, especialmente, para o Partido dos Trabalhadores, que não aposta em Plano B, certo de que a candidatura de Lula irá para as ruas com ou sem sentença. É um gesto temerário, pois seria colocar em xeque o processo judicial, o que, certamente, não será comprado pela opinião pública.

Se absolvido, o ex-presidente é o nome mais forte para o pleito de outubro, embora urna e mineração tenham a probabilidade de produzir surpresas. A questão, porém, é que, a partir de hoje, a campanha eleitoral irá ganhar uma nova conformação, pois os atores políticos, agora sem a incerteza do fator Lula, estarão em campo com todas as suas fichas.

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O importante no evento de hoje é manter a serenidade, pois as armadilhas da polarização só interessam aos setores que jogam com o confronto. Os dois lados estarão nas ruas de Porto Alegre e nos centros urbanos do país. É fundamental esperar que ambos entendam que o julgamento de hoje, mesmo com uma estranha celeridade, está sendo feito dentro das regras constitucionais, sem qualquer vício que possa indicar ilegalidade.

A lição a ser tirada do episódio passa, fundamentalmente, pela necessidade de os partidos, de esquerda, de centro ou de direita, se repensarem, para fugir, principalmente da personalização que os envolve. Quando isso ocorre, as legendas se fragilizam e pagam a conta, como são os casos do PT de Lula; do PSDB de Aécio Neves e do MDB de Michel Temer. Os programas ficaram em segundo plano.

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