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Flertando com o perigo

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Classificado como estado marcado pela corrupção, na avaliação da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, o Rio de Janeiro vive uma situação inédita na história da federação. Tem três ex-governadores presos, três deputados também recolhidos ao cárcere – entre eles o presidente da Assembleia -, o atual governador sob suspeita e, ainda, conselheiros do Tribunal de Contas afastados por improbidade administrativa. Sérgio Cabral, Anthony Garotinho e sua mulher, Rosinha, foram eleitos por conta do discurso fácil e de promessas vãs, e os efeitos, agora, fruto de profundas investigações, indicam uma cadeia de corrupção sem precedentes, que se reflete nas ruas: faltam recursos para a saúde, para a educação e para a segurança.

O vizinho estado, que recebe o maior fluxo de turistas do país e ainda tem os royalties do petróleo, além de ter sido centro de gigantesco aporte financeiro por conta da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, não consegue fechar suas contas. Os salários dos servidores estão atrasados, e os serviços, cada vez mais precários. As ruas tornaram-se campo de guerra, e o crime organizado cresce a olhos vistos.
O estado flerta com o perigo há anos, mas a situação chegou a um ponto insustentável em razão do dinheiro drenado para a corrupção. Enquanto a população sofre, os personagens ora sob prisão enriqueceram. Há outros, é fato, mas o afastamento de tais personagens da vida pública tem o viés pedagógico.

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O país vive um momento importante em sua história, pois tem indícios de recuperação econômica, mas precisa, ainda, passar pelo desafio da política. O Congresso resiste a fazer mudanças, e a sociedade fica à mercê de tais personagens, pelo menos até outubro de 2018, quando haverá eleições gerais. Espera-se que o eleitor fluminense acorde desse pesadelo e eleja alguém comprometido com o futuro. A sorte do Rio afeta não apenas o estado, mas também os demais entes federados, muitos deles vivendo situação semelhante sem a mesma visibilidade.

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