O senador Rodrigo Pacheco vai assinar sua ficha de filiação ao PSD na semana que vem, apontando para o surgimento de uma nova alternativa política no processo pré-eleitoral. Na edição de ontem, o colunista Leandro Mazzini, da Coluna Esplanada, publicada na Tribuna, revelou que o parlamentar mineiro, antes de desembarcar do DEM, conversou reservadamente, e por mais de uma vez, com os ex-presidentes José Sarney, Fernando Henrique e Michel Temer, dos quais ouviu conselhos. Os três, diga-se de passagem, são veteranos e competentes na arte da articulação. O presidente do Congresso, ainda de acordo com o colunista, gostou do que ouviu.
A ida para o PSD foi uma jogada de mestre de outro articulador, o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, cujas pretensões de ter espaço no jogo político nacional não são desconhecidas. Ao levar para a mesma legenda o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, ele deu mostras de ter interesse na robustez da legenda, mas também no papel que pretende representar o processo eleitoral de 2022.
Faltando praticamente um ano para o próximo pleito, o xadrez eleitoral também é jogado em outras instâncias. O presidente Jair Bolsonaro, além de ampliar seu volume de viagens pelos estados, convenceu a área econômica a pagar um auxílio de R$ 400, mesmo que isso signifique romper o teto de gastos. Trata-se de uma medida para garantir espaço nos segmentos mais carentes, que pouco se importam com a política, mas dão justificada atenção ao poder de compra, que ganha um novo alento. O Governo está disposto a enfrentar o mau humor do mercado, que despencou as bolsas e subiu o dólar.
Embora os times ainda não estejam em campo, o jogo já está sendo jogado, mesmo com turbulências que ora ocorrem no espaço tucano. Depois do primeiro debate, no qual todos os pré-candidatos se mostraram dispostos a sair unidos, após a prévia de 21 de novembro, diretórios de Minas, Espírito Santo, Ceará e Rio Grande do Sul fizeram representação contra o modus operandi do governador paulista, João Doria, a quem acusam de filiar prefeitos e subprefeitos fora do prazo previsto no regulamento da prévia do partido. Com esse clima, a posterior unidade torna-se uma incógnita.
No entanto, ainda é cedo para definições, embora as candidaturas de Jair Bolsonaro e de Luiz Inácio Lula da Silva sejam dadas como consolidadas. O dilema está no caminho do meio, no qual as divergências estão além das convergências, não apenas pela falta de candidatos, mas em razão da pouca visibilidade dos pretendentes que até agora se apresentaram.