Pelas redes sociais, o prefeito Antônio Almas voltará a abordar, nesta terça-feira, o cenário do coronavírus em Juiz de Fora, com novos números da contaminação e de leitos disponíveis para atendimento à população. Deve indicar, sobretudo, que a pandemia não acabou, como pensa ou age uma parcela expressiva da população. As ruas voltaram a ficar cheias, embora nem todos tenham necessidade de quebrar o isolamento.
É fato que ninguém aguenta mais ficar em casa, nem há meios de parar a flexibilização, mas, certamente, o prefeito dará instruções para conciliar as duas situações. Ficar em casa, quando possível, não é um mero capricho. É uma questão de saúde pública, para facilitar, inclusive, a ação daqueles que não podem ter essa prerrogativa. O novo normal significa agir dentro do possível, a fim de facilitar novas medidas de flexibilização.
A volta às aulas, por exemplo, é uma discussão que já se faz presente em todas as plataformas. Em algumas cidades, já se tornou uma realidade, mas não há consenso. Se, em Juiz de Fora, o Colégio Militar acolheu as recomendações do Comitê de Enfrentamento à Covid-19, em outras regiões, ainda há resistência. De outras escolas também, embora famílias e professores tenham restrições.
A prova material de que a Covid-19 continua vem do chamado primeiro mundo. Países como Espanha e França estão revendo seus conceitos e retomando medidas drásticas, inclusive lockdown, em várias regiões. Na Espanha, 850 mil pessoas de localidades com índices mais críticos tiveram a sua mobilidade restringida. Há protestos, pois a maioria ocupa as faixas mais carentes da população, enquanto o andar de cima está livre para circular.
Esses países estão na posição intermediária dos que tomaram providências antes do Brasil e que, por isso, também tentaram voltar ao que era antes neste momento. Como o viés humano parece combinar em todos os quadrantes, também lá houve abusos e, agora, o recuo.
Esse alerta é emblemático por conta do que ora se ensaia ao sul do Equador. É possível retomar as atividades desde que as medidas de segurança sejam adotadas. Todo início de semana, o noticiário tem sido pródigo em apontar a ocupação das praias. A despeito das restrições, estão sempre lotadas, deixando em xeque as prefeituras, pois, por mais que se esforcem, não têm meios de bloquear tanta gente.
A situação se repete em bares pelo país afora. Os municípios, e Juiz de Fora não é exceção, têm um número restrito de agentes para fiscalizá-los, cabendo ao próprio setor – como foi sugerido – orientar seus filiados a restringirem o acesso.