Dados levantados pelo demógrafo José Eustáquio Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, e divulgados pelo Jornal O Globo, mostram que os idosos superam o número de jovens eleitores da faixa de 16 a 24 anos. Esse fenômeno já vem sendo detectado desde 2014 e confirma o que os próprios analistas têm revelado: com o aperfeiçoamento da medicina, o número de idosos se amplia substancialmente.
Os dados são importantes não apenas para a elaboração de políticas públicas, mas também para inserir no discurso dos pré-candidatos uma nova agenda voltada para a terceira idade. Há, de fato, avanços, mas bem aquém do que representa esse público. Os custos com a saúde, por exemplo, são cada vez mais altos, a despeito de nem todos terem acesso a planos de saúde – e quando têm, com preços elevados -, obrigando a gastos mensais muitas vezes além do orçamento.
A questão do idoso também passa pela acessibilidade. As vias continuam sendo um desafio, sobretudo nas metrópoles, nas quais as calçadas ainda não estão adequadas e o tempo de travessia, curto em demasia, obrigando a uma parada obrigatória no meio das faixas. O número de idosos vítimas de atropelamento é a prova material dessa dificuldade.
O idoso, também de acordo com dados recentes, é responsável financeiro de um expressivo número de famílias, mas ele também se vê engessado por conta dos vencimentos que, para os aposentados, nem sempre acompanham os índices inflacionários. Até aqueles que se aposentam pelo teto da Previdência, com o decorrer dos anos, encontram-se com salários defasados.
O Brasil ainda é um dos países em que o idoso é visto como um estorvo, embora este seja um dos principais afetados pela carga tributária. Desta forma, quando os números mostram que ele se mantém em maioria em determinada faixa, é fundamental que os políticos fiquem atentos.