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Longa jornada

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A primeira semana de efetivas medidas contra a Covid-19 mostrou um cenário de incertezas em vários setores. Uns, por entenderem que bastam as primeiras ações para tudo voltar ao controle. Outros, por utilizarem o momento para ganhos pessoais – e até políticos -, como se a pandemia fosse um mero e momentâneo processo.

Os países que apresentaram alguma reação fizeram duros esforços para começar a virar o jogo, como foram os casos da própria China e da Coreia. Mas há uma longa jornada. No Brasil, com a chegada das baixas temperaturas, a situação tende a se agravar, o que justifica a tomada de críticas decisões como o fechamento da maioria dos estabelecimentos.

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Deve, é fato, haver preocupação com as consequências. O Governo, em todas as instâncias, tem que atuar para reduzir danos, o que implica, necessariamente, abrir mão de arrecadações com tributos tipo IPTU, ISS e outros que fazem o caixa governamental. Ademais, os órgãos de fomento, como o BNDES, têm, agora, que justificar o seu papel de socorrer os segmentos que foram levados a parar ou reduzir drasticamente suas atividades, sob o risco de, em não o fazendo, agravar ainda mais a situação.

Nesse processo, é fundamental a participação coletiva das instâncias de poder, a fim de garantir, por consenso, que as decisões sejam de fato efetivadas. Não há espaço para discussões ideológicas quando todos – de direita, esquerda ou centro – estão sob o mesmo risco. Nesse momento, as diferenças devem ser afastadas, formando um projeto único de sobrevivência. Nos EUA, onde há uma eleição presidencial pela frente, o presidente Donald Trump, um forte defensor da divisão, agradeceu o apoio de seu partido e do oposicionista Democratas, por entender que a situação, agora, é de ter um só inimigo: o coronavírus.

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As mesmas instâncias de poder precisam, também, combater os aproveitadores, que se consideram imunes aos riscos e especulam com a tragédia, aumentando preços ou falsificando produtos. Trata-se de algo abominável, mas não estranho, porque há sempre os que usam dessa estratégia para obter benefícios pessoais. A eles, a lei.

O cuidado tornou-se a palavra de ordem, assim como a informação qualificada. A população deve estar permanentemente informada do que ora ocorre com toda a transparência. O combate às fake news, que proliferam em terrenos obscuros, é feito pela informação correta. Os veículos de comunicação são estratégicos no enfrentamento à doença, pois um povo ciente do que deve ser feito, e bem orientado de seu papel, fica mais municiado contra as tragédias.

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