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NOVAS REGRAS

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Sem surpresa, os congressistas já estão ensaiando mudanças na legislação eleitoral, voltando com o financiamento empresarial. Agem com base na penúria das atuais campanhas, nas quais os candidatos com maior visibilidade ou líderes partidários saem na frente. Também está em curso projeto que desconsidera o caixa dois como crime, tornando-se apenas um artifício de financiamento até que a nova lei seja aprovada. Em suma, quando o calo aperta, os políticos tentam resolver da pior forma possível as questões sem se importarem com regras que eles próprios aprovaram. Recuaram, mas até quando?
O argumento central é a necessidade de uma reforma eleitoral que mude as atuais regras, mas que garanta o financiamento, pois só assim será possível acabar com o caixa dois, como se ele não existisse quando as empresas financiavam os projetos eleitorais. As duas coisas funcionavam concomitantemente, fazendo do processo eleitoral um balcão de negócios de grande magnitude, daí a dúvida em saber se o que eles querem é melhorar o processo eleitoral ou se salvar a própria pele. A segunda hipótese sai na frente.
Enquanto Senado e Câmara não se convencerem de que as atuais regras estão vencidas pelo tempo, haverá espaço para remendos, como o que chegou a ser discutido. Não é de hoje que se cobra uma reforma política, mas a classe insiste em apenas mexer nas questões eleitorais. Daí a instabilidade das regras que podem ser mudadas a qualquer tempo ou de acordo com as conveniências.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, assegurou que qualquer mudança só deve ocorrer no ano que vem, mas não deu garantias de que tipo de projeto estará em avaliação. Dois mil e dezessete será um ano sem eleições, o que faz dele propício para uma profunda reforma, mas outros anos neutros já se passaram, e tudo continua como antes.

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