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Agenda necessária

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A paralisação do transporte coletivo, fruto de impasses trabalhistas, joga luzes numa discussão que, necessariamente, terá que passar pela agenda dos candidatos ao comando da Prefeitura de Juiz de Fora. O sistema, há tempos, vive um ciclo instável, e pouco tem sido feito para reverter o processo. As medidas ora são paliativas ora ficam no papel, sem que uma solução definitiva seja implantada. O resultado é o usuário insatisfeito, e o fluxo de passageiros em queda – o que é um problema também para as concessionárias.

As metrópoles vivem problemas semelhantes com soluções distintas. Em algumas delas, como já foi dito neste mesmo espaço, o sistema é subsidiado, uma vez que, por si só, ele já não dá conta de garantir rentabilidade sem comprometer o preço das tarifas, o que penaliza o usuário. Em Juiz de Fora, esse modelo ainda não é praticado. Na Câmara, a discussão está em curso, mas pelo viés provisório, isto é, haveria liberação de recursos do Fundo Municipal de Transportes para complementação da folha de pagamento, mas com retorno, isto é, seria apenas um empréstimo.

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A cidade tem um sistema aplaudido, mas a eficácia começa a ficar comprometida de dentro para fora, isto é, na relação entre concessionários e seus trabalhadores, que leva seus reflexos para as ruas. Desde terça-feira, por exemplo, o sistema tem sido substituído por vans, que atuam enquanto não há volta às aulas. Mas será essa uma alternativa? Valeu para dois momentos, mas será fundamental superar a crise com processos de modernização.

A cada ano, o número de usuários vem caindo expressivamente, resultado não só do preço das tarifas, mas da própria situação financeira de vários setores. O uso de meios alternativos tornou-se uma rotina para boa parte da população, embora a cidade não disponha, por exemplo, de ciclovias para abrigar os ciclistas. Esta também é uma pauta para os candidatos, pois elas são uma realidade em vários municípios do porte de Juiz de Fora. Aqui, o máximo que se fez foi sinalizar as vias centrais, avisando a presença de ciclistas, o que nem sempre é seguido.

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Os governos mudam, mas a situação permanece. Não é de hoje que se discute, por exemplo, a ampliação da malha viária, com a retirada dos trilhos da linha férrea. A ideia é boa, mas sua execução, diante dos custos, é inviável, levando a discussão para outra ponta: a criação de acessos para facilitar a mobilidade, especialmente em áreas críticas, como as passagens de nível da área central. Mas o sistema de transporte público, em si, se mantém o mesmo e sem avanços na sua modernização.

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