O Brasil ficou mal na fita após a divulgação de vídeos de torcedores nacionais praticando atos de misoginia na Rússia. A despeito de alguns deles terem se retratado – o que não resolve o dano -, ficou claro que há um grave problema que só com muita informação, debate e alguma sanção será resolvido.
Não fizeram nada inédito, mas tanto esse quanto os atos pretéritos devem ser avaliados para que não se repitam mais. Há brincadeiras sem esse viés de preconceito, mas o que se viu foi a face exposta de uma atitude que, sobretudo nos tempos de redes sociais, era para ter saído de cena. Induzir nativos ou outros estrangeiros a repetir termos pejorativos é, no mínimo, uma falta de senso, principalmente quando os autores da brincadeira são, em tese, pessoas esclarecidas. Um deles, aliás, oficial da Polícia Militar de Santa Catarina.
Há espaço para brincadeiras, como a de levar os torcedores que não falam português a repetir o mantra das arquibancadas rubro-negras de “segue o líder”. Não há dano algum; ao contrário, aponta para o bom humor que deve perpassar as relações esportivas, ao contrário dos bárbaros enfrentamentos de torcida ou de gestos ofensivos.
Num momento em que a Seleção Brasileira se prepara para mais um embate – nesta sexta-feira enfrenta a Costa Rica -, ocupar o noticiário com a brincadeira sem sentido dos torcedores se faz pela necessidade de jogar luzes nessa questão. O preconceito, sob qualquer matiz, deve ser rejeitado, assim como não faz sentido induzir terceiros a situações constrangedoras por desconhecimento do conteúdo que estão repetindo.