O trabalho conjunto das forças de segurança lotadas em Minas, Rio de Janeiro e São Paulo, especialmente nas divisas, é uma importante ação de repressão ao crime organizado e, ao mesmo tempo, uma demonstração para a população de que o Estado está atento à movimentação, especialmente dos agentes do tráfico. A sensação de segurança é um dado importante, por reverter o medo constante que paira, especialmente, sobre as metrópoles e nas rodovias.
A despeito dos números, que só deverão ser anunciados ao fim da operação, a atuação integrada deve ganhar viés permanente, principalmente na área de inteligência. Os mais diversos planos de segurança apresentados pelos também diversos governos sempre contemplam a importância de diálogo entre as instituições envolvendo todos os entes federados. A troca de informações é estratégica para mapear a migração de criminosos, que agem conectados pelos estados e também com o exterior. Para tanto, a manutenção de bancos de dados atualizado é fundamental.
Situada entre as três principais capitais do país e cortada por duas rodovias federais – além de uma vasta rede estadual -, Juiz de Fora carece de atenção especial ante a possibilidade de se consolidar como rota do crime. Na semana passada, uma ação conjunta das polícias Civil e Rodoviária Federal encontrou um lote de drogas avaliado em torno de R$ 10 milhões, numa clara demonstração de tratar-se de um entreposto que faria a distribuição não apenas para a cidade, mas também para outros municípios do entorno e do Rio de Janeiro.
E essa não foi a única operação de tal monta. Por isso, quando agentes de vários estados se unem num projeto único, há um claro reforço ao enfrentamento ao crime organizado, cujas estratégias mudam sistematicamente. Tem razão, pois, o superintendente da Polícia Rodoviária Federal, inspetor Marco Antônio Territo, quando destaca que o grande legado da operação não será apenas o resultado, mas sim a integração entre as instituições públicas, “mostra que, com os trabalhos conjuntos, esses resultados são mais eficientes”.
Da mesma forma procede o discurso do secretário de Segurança de Minas Gerais, Rogério Grecco, ao acentuar o simbolismo de mostrar a união das polícias por ser uma sinalização para a população, que “transmite segurança e tranquilidade aos cidadãos”.
A troca de informações deve incrementar, também, as políticas de atualização permanente dos equipamentos e a estrutura das instituições de segurança. O crime organizado não é uma entidade estática. Ele utiliza, cada vez mais, estratégias e equipamentos de ponta, que devem ser antecipados pelas polícias. Para tanto, o reforço dos investimentos deve fazer parte desse pacote de projetos conjuntos.