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Sistema em xeque

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A manifestação de funcionários do transporte coletivo urbano, nesta quinta-feira, pelas ruas centrais da cidade, cobrando reajustes e melhores condições de trabalho, aponta para a necessidade de a Prefeitura acelerar o projeto de readequação do sistema de transportes em Juiz de Fora – uma das bandeiras de campanha da prefeita Margarida Salomão. Não é uma tarefa simples, por envolver um setor estratégico para a mobilidade urbana, que há anos vem enfrentando dificuldades por conta da queda do número de passageiros, surgimento dos aplicativos e também por problemas de gestão.

Quando quase dez milhões de pessoas passavam pelos coletivos anualmente, ainda havia margem para garantir o funcionamento do sistema única e exclusivamente com o valor das tarifas, mas os tempos mudaram, e não faz sentido o passageiro ser a única fonte de financiamento. Pelo mundo afora, a mobilidade urbana é uma demanda pública, que exige participação direta dos governos no financiamento do sistema. Em Juiz de Fora, desde o início da atual gestão, o preço das passagens está congelado graças a esse modelo, mas ele é provisório.

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Quando há o financiamento público, é fundamental o estabelecimento de contrapartidas que não se esgotam no preço das passagens. O sistema tem que funcionar adequadamente, garantindo aos usuários e aos seus operadores condições dignas de transporte e de trabalho. E aí há problemas. Os próprios funcionários têm denunciado o sucateamento da frota – não de todas as linhas -, que pode ser constatado pelo próprio dia a dia da cidade. Na semana passada ocorreram dois acidentes que apontam para essa questão.

Na legislatura passada, a Câmara Municipal constituiu uma Comissão Parlamentar de Inquérito que fez um diagnóstico completo do transporte coletivo urbano de Juiz de Fora. Suas conclusões foram encaminhadas para a administração que encerrou o mandato em 31 de dezembro de 2020 e também ao Ministério Público. Boa parte das sugestões apresentadas pelos vereadores continua no campo das expectativas, mas podem ser avaliadas pela Prefeitura na mensagem de remodelagem do sistema.

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Os desafios são imensos, sobretudo por implicarem, também, alterações no fluxo de veículos, especialmente na área central. A construção de novos viadutos – um na Rua Benjamin Constant e outro sobre a linha férrea no início da Rua Mariano Procópio – implicará avanços, mas a discussão é bem mais ampla, por envolver ainda, e principalmente, os pedestres e os usuários alternativos de bicicletas, que hoje carecem de um espaço próprio para transitar.

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