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Permuta de interesses

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Pelas contas do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o volume de papéis decorrente das delações dos executivos da Odebrecht daria para encher uma van. O tamanho, porém, é o de menos ante o seu teor explosivo. Embora a maior parte esteja sob sigilo, quem teve acesso garante que o céu ainda vai cair quando os nomes vierem à tona, pois poucos se salvarão. A papelada foi encaminhada ontem ao ministro Teori Zavascki, relator pelo STF, devendo, no entanto, ser analisada somente em fevereiro, após o recesso do Judiciário.

Serão quase dois meses de angústia não apenas para os delatados mas para a própria opinião pública, uma vez que não se sabe o desfecho de tanta nitroglicerina. Durante anos, a empreiteira colecionou uma série de beneficiários, tendo instalado inclusive um departamento próprio para o pagamento de propinas e outras vantagens.

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Antes mesmo de os nomes serem revelados, fica exposto o jogo de poder envolvendo público e privado nas relações de construtoras e o poder político, numa troca constante de benefícios em nome do encaminhamento de projetos. Essa permuta de interesse drenou bilhões dos cofres públicos, algo inimaginável ao olhar leigo, mas que agora se mostra de forma cruel para a própria política. Seus atores, hoje, são defenestrados pelas ruas e fizeram por isso, pois cuidaram apenas do próprio umbigo quando foram eleitos para demandas dos eleitores.

Não se sabe até onde vão as investigações, mas está claro que o país só terá rumo quando o STF definir as penas para os culpados. Até lá, mesmo com a economia respirando, ainda haverá incertezas sobre o amanhã.

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