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Efeito colateral

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Empacado nas pesquisas, que o deixam abaixo de dois dígitos na avaliação dos eleitores, o ex-governador Geraldo Alckmin defende o veto à candidatura do senador Aécio Neves, agora réu em ação movida pelo Ministério Público em função de um estranho pedido de empréstimo de R$ 2 milhões, de que o país tomou conhecimento graças ao grampo do empresário Joesley Batista, a quem o senador recorreu. O pré-candidato tucano à presidência quer evitar os efeitos colaterais da candidatura do senador mineiro, reverberando, de certa forma, o pensamento do também senador Antonio Anastasia.

Relutante até o último momento, ele topou disputar o Governo de Minas sob a condição de não ter que carregar Aécio para o seu palanque. Como lhe tem gratidão pelas eleições que o fizeram governador e senador, não falaria o que Alckmin disse, mas gostou do recado.

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A questão, porém, não resolve em atos de vontade desse ou daquele personagem político, sobretudo em legendas de grande porte. Nos nanicos, a voz do presidente é única e as decisões também, mas isso não acontece no território tucano e, muito menos, no Partido dos Trabalhadores. No MDB, o impasse é maior ainda, pois o partido é uma confederação. O local não aceita as orientações do estadual, que, por sua vez, faz ouvidos de mercador aos recados de Brasília. Por isso, Aécio disse, em reação, que sua candidatura será decidida em Minas, com os companheiros mineiros. Exagerou. No estado, a despeito de todos os questionamentos, ele é “coronel” e tem voz ativa na legenda.

O que ora ocorre no território tucano deve se replicar com características próprias em outros partidos, sobretudo pelo pragmatismo partidário. Os dirigentes têm o timing certo para suas decisões, sendo o eleitor mero detalhe. Como as convenções só devem ocorrer no segundo semestre, em decorrência de uma campanha mais curta e de recursos parcos, ainda há muito a ser discutido nesse emaranhado de indecisões.

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