Concebida pelo ex-prefeito Mello Reis, durante a sua gestão (1977-1983), a BR-440 tornou-se uma novela de capítulos infindáveis. Quando o projeto foi elaborado, a previsão era de ligação da BR-040 com a BR-267, na altura do Bairro Santa Terezinha – a margem esquerda do Paraibuna faz parte da rodovia federal -, pois pertencia ao Plano de Desenvolvimento da Cidade Alta. Havia dificuldades, é fato, mas não como as de hoje, fruto do adensamento populacional. O Vale do Ipê, por onde a estrada passaria, não tinha saído do papel. O projeto, no modelo inicial, tornou-se inviável.
A saída foi levá-lo do Campo do Nova União até a BR-040. As obras começaram em 1999 – já sob o signo da polêmica por conta do impacto ambiental, especialmente na margem da Represa de São Pedro -, e foram adiante, mas o investimento não durou muito. Em 2010, durante visita ao canteiro de obras, o então ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, garantiu a conclusão do projeto. Na ocasião, estava sendo feita a canalização do córrego que corta a região.
A visita foi celebrada com festas, mas pouco se avançou. O dinheiro consumido foi denunciado na Câmara e nos tribunais, por ser suficiente para fazer três rodovias semelhantes, mas a obra ainda não terminou. Ao contrário, como a Tribuna mostrou na edição de sexta-feira (18), faltam licenças ambientais e, sobretudo, dinheiro para a finalização. Hoje, é um trecho que liga o nada a lugar algum e ainda causa sérios danos à população do entorno.
Há discussões sobre o fim da obra, mas o Dnit não avança no projeto, e a Prefeitura só topa a municipalização depois da obra pronta. Dessa forma, há uma desordem no entorno que terá danos no futuro. Como o Vale do Ipê, há o risco de novos adensamentos, atrasando ainda mais o que seria um projeto para facilitar a mobilidade na região.