O temor de que obras paliativas seja a solução dada para a condição atual das rodovias estaduais que cortam a região já foi motivo de alerta neste espaço. Mas diante da proximidade do feriado de carnaval, quando milhares de mineiros trafegam pelas estradas, a preocupação com a definitiva recuperação da malha rodoviária volta à cena. Mais do que nunca, é importante que as autoridades olhem para o problema de forma responsável e estratégica, afinal só os projetos de longo prazo assegurarão a segurança e a qualidade necessárias para que os motoristas possam circular pelo estado de Minas com a certeza de que voltarão sãos e salvos para casa.
Quem transita pelas rodovias da Zona da Mata há anos sabe que, em alguns trechos, a única ação do Estado tem sido as operações tapa-buracos. Motivo pelo qual basta a incidência de chuvas mais fortes ou de um tráfego de veículos acima do normal para que as vias fiquem coalhadas de buracos, com erosões na pista e desmoronamentos das margens. É o que se vê hoje, por exemplo, na MG-353, entre Rio Novo e Guarani, trecho que passou a receber todo o fluxo da MG-133, interrompida no km 21, após parte de estrada desmoronar. Nesta terça-feira, a construção de um acesso alternativo vai permitir que carros voltem a trafegar na MG, mas os caminhões continuarão passando pelo desvio, que fica cada vez mais precário.
É sabido da dificuldade econômica vivenciada pelo Estado e por municípios, mas esta situação, volta-se a destacar, não pode ser usada como desculpa para que medidas permanentes sejam adotadas. É preciso que a gestão pública olhe à frente e planeje, para além da segurança e do retorno à normalidade das rodovias, um sistema rodoviário que também garanta eficiência e agilidade àqueles que precisam do modal para trazer riqueza, emprego e, consequentemente, impostos para o Estado. Investidores que querem apostar na economia mineira também precisam ter a certeza de que o seu produto chegará ao cliente no dia e na hora combinados.
E essa pauta vai além da agenda do governador. Trata-se de uma tarefa importante também para prefeitos, vereadores e deputados. Algumas associações de municípios já vêm buscando desenvolver iniciativas conjuntas em algumas áreas. O mesmo pode e deve ser feito com a malha viária mineira. A inovação que se espera do mercado também é necessária na busca de soluções diante da escassez de recursos públicos para gerir o transporte. Além de apenas tapar o buraco, emendar a estrada e consertar a ponte, as autoridades devem, a partir da vocação econômica de cada região, traçar metas e ações para esse modal, essencial para um estado que tem a maior malha viária do país.