Pouco adiantarão as medidas de controle da pandemia se a população não fizer a sua parte. O debate tem sido pródigo em cobrar do comércio, dos bares e dos restaurantes uma série de ações para evitar a contaminação. E faz sentido, como também é necessário deixar claro que há uma disposição do setor em cumprir as determinações sanitárias, ficando ele próprio responsável em cobrar tais medidas de seus filiados.
Nessa segunda-feira, os veículos de comunicação mostraram cenas preocupantes em várias partes do país. Em Belo Horizonte, um sítio estava tomado de pessoas – a maioria sem máscara – à beira da piscina e em mesas sem qualquer distanciamento, numa confraternização, que, segundo o anfitrião, teria sido de surpresa. Em outras regiões, o cenário foi o mesmo, sobretudo com a participação de jovens em bares.
Tais personagens, sem qualquer justificativa, se consideram imunes e indispostos a seguir as recomendações da saúde, sem se preocuparem, sobretudo, com as consequências em suas famílias. Os responsáveis por tais estabelecimentos também contribuem. As aglomerações vão contra todas as recomendações de combate à pandemia, e implementá-las, sobretudo em eventos, é uma irresponsabilidade sem limites.
O novo normal implica uma série de ações, mas há um considerável contingente entendendo que os “bons tempos voltaram”, num equívoco imensurável e que surge num cenário em que o país continua batendo todos os recordes de contaminação.
A liberação de serviços e outros setores se dá não pelo número de infectados, mas por conta dos leitos disponíveis pelo seu atendimento. Na Itália, onde a situação estaria sob controle, o Governo resolveu fechar, de novo, as casas noturnas ante o crescimento de casos envolvendo, especialmente, jovens.
O Estado considera que a pandemia, embora ainda não esteja em escala descendente, chegou a um platô, mesmo assim, preocupante. A flexibilização é uma necessidade, não carecendo de discussão, mas a volta deve ser dentro de regras claras e objetivas. Para o bem de todos.