A eleição municipal é um momento único para o eleitor acertar suas contas com prefeito e vereadores, mas, mais do que esse necessário embate, trata-se de uma chance para pôr em pauta o futuro da cidade. Ao curso dos últimos pleitos, as discussões têm sido rasas, com velhos chavões que não encontram mais guarida no eleitor. Com as redes sociais, tudo mudou de patamar. As promessas de tapar buracos ou construir creches ou escolas não deveriam, sequer, ir para o palanque, pois são parte do processo de governar.
O que se espera são discussões voltadas para o futuro, nas quais os pretendentes aos postos públicos rejuvenesçam o debate com propostas capazes de mudar a vida das pessoas. A Zona da Mata continua num cenário sem perspectivas, a despeito de seu potencial. O resultado é a permanente evasão de talentos. Tão logo obtém a graduação, o jovem se vê induzido a buscar caminhos, por não encontrar oportunidades.
Além disso, salvo Juiz de Fora, os demais municípios continuam sem apresentar qualquer avanço, enviando para a cidade-polo seus pacientes, seus estudantes e seus trabalhadores, ficando apenas com o papel de dormitório.
Por isso, a eleição não deve ser um ato isolado. O prefeito de Juiz de Fora tem que olhar para o lado e adotar políticas de parceria, a fim de garantir aos vizinhos alguma perspectiva de crescimento. Mas isso só se faz se houver unidade de propósito. A discussão sobre projetos industriais não se esgota nas divisas da cidade. Todos têm que crescer, pois todos também ganham.
Enquanto essa visão não mudar, a região vai continuar em segundo plano, inclusive, nas políticas do Estado e da União. Romper a burocracia de Belo Horizonte só é possível com lideranças políticas, empresariais e comunitárias fortes e unidas. Estabelecer essa posição é uma agenda do Executivo, que deve puxar a fila e convocar os pares. Caso contrário, vai continuar o velho jogo de cada um fazendo a sua parte, mas isoladamente, voltado apenas para os próprios interesses.