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Dilema do Senado

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Dilema do SenadoPegando emprestado um termo do colunismo social, não será surpresa para este espaço se o Senado adiar a votação do processo contra o senador Aécio Neves, previsto para entrar na pauta nesta terça-feira. Os parlamentares, depois de o Supremo ter-lhes passado a bola, terão que decidir se o representante mineiro deve ou não ser processado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva e obstrução de provas.

A inicial, assinada ainda nos tempos de Rodrigo Janot, foi encampada por Raquel Dodge e depende, agora, só do sim da Casa. Mas, como a votação não será secreta, como queriam os senadores, a tendência é passar a reunião para adiante, até que se encontre uma saída que não coloque em xeque a instância política.

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O senador Aécio Neves precisa obter 41 votos para livrar-se do processo, e é aí que reside o perigo. Pressionado por suas bases, o Partido dos Trabalhadores recuou e tirou seu aval. Com votação aberta, ninguém quer colocar a cara a tapa, sobretudo porque 2/3 dos senadores precisam renovar seus mandatos no ano que vem. A manobra inicial de votação secreta foi derrubada por liminar na Justiça, pois não havia sentido o silêncio da urna numa matéria de interesse público. Aécio pode até obter a imunidade, mas terá que cortar um dobrado para conseguir os votos suficientes.

Mas o que mais pesa na questão é o dilema da instância política. Um expressivo número de deputados e senadores vive situação semelhante à do representante mineiro e atua para garantir a sua imunidade, que será também a deles, mas sem mostrar a cara. Entre uma coisa e outra, o adiamento servirá para ganhar tempo, mas uma hora tem que ser resolvido, pois o próprio Aécio tem interesse em dar uma definição ao seu caso. Ele é um dos senadores que vão submeter seu mandato ao eleitor em 2018, e levar essa questão até o ano que vem é ampliar o claro desgaste pelo qual já passa.

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