Na sua visita à cidade, na última quarta-feira, aceitando um convite do empresário Jovino Campos Reis, presidente do Grupo Bahamas, o presidente da Associação Comercial de Uberlândia, Paulo Romes, destacou, para um seleto grupo de empresários de Juiz de Fora, a importância do que classificou de unidade de propósitos, por ser uma forma eficaz de mobilizar o setor empresarial e a instância política em torno de causas comuns. Não é de hoje que as lideranças juiz-foranas lamentam a falta de conexão que tem trazido consequências econômicas não só para Juiz de Fora, mas também para a região. Nesse divã que perpassa vários períodos eleitorais, o discurso recorrente não questiona, necessariamente, as ações dos parlamentares, mas a forma como trabalham. E aí cabe o mea culpa: não só eles. As diversas instâncias da região atuam em compartimentos estanques e desamparadas de projetos formatados de acordo com suas demandas.
Na coluna Painel (ao lado) é possível ver o modelo de ação dos empresários do Triângulo, hoje a região mais rica do estado, e como atuam nos bastidores do poder para ter o resultado que hoje coloca Uberlândia como a segunda economia de Minas e no topo das que mais recebem investimentos. A cidade se destaca em várias frentes, sendo a segunda no ranking nacional de saneamento e player, ainda, na área esportiva, especialmente no voleibol.
Tais conquistas são resultados de um olhar comum, que recebe também a participação dos demais segmentos, sobretudo por ser apartado do viés ideológico. As lideranças, ao convocarem os candidatos, não olham para suas legendas, e sim para o que podem fazer pela região em troca de apoio. Há quem conteste, mas tem dado resultado.
A audiência do encontro de quarta-feira considerou positivo o resultado – e foi -, mas tratou-se de um passo inicial, e necessário, para outras ações que precisam ser implementadas. A Zona da Mata é pródiga em manifestações – desde a Carta de Maripá , ainda nos anos 1970 -, mas boa parte ficou pelo caminho, sobretudo por não haver a unidade de propósitos e projetos que movem os mineiros do Triângulo. Quando teve, conseguiu, como foi a vinda da Mercedes, que, a partir de uma iniciativa da gestão Custódio Mattos, mobilizou a cidade.
Tais feitos não são, é fato, questões simples. Em tempos fluidos, em que decisões e indecisões são trocadas a cada momento, garantir a execução de tais metas exige, como enfatizou Paulo Romes, resiliência. E aí que está a chave do sucesso.
Desde a sua primeira edição, no distante 1º de setembro de 1981, a Tribuna vem defendendo a livre iniciativa e o crescimento integrado da região. Mantém-se na causa e torce para que os próximos passos sejam para frente.