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Política de Governo

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Numa das suas primeiras manifestações, após ter sido convidado pelo presidente Jair Bolsonaro para ocupar o Ministério da Saúde, o médico Marcelo Queiroga deu o tom de sua gestão: “O Governo está trabalhando. As políticas públicas estão sendo colocadas em prática. O ministro Pazuello anunciou todo o cronograma da vacinação. A política é do Governo Bolsonaro. A política não é do ministro da Saúde. O ministro da Saúde executa a política do Governo.” Deixou claro, portanto, que será apenas um executor das decisões do próprio presidente.

O dado preocupante desse enredo não é o fato de seguir as orientações do chefe do Governo, pois, de uma forma ou de outra, é assim que os ministros e secretários agem. Ninguém assume posto em primeiro escalão, seja em que instância for, para executar um projeto solo. Tem que seguir normas de governo apresentadas, especialmente, ao curso da campanha. O que é preciso considerar é se essas orientações vão garantir um índice razoável de vacinação e liberação de recursos para a implementação de políticas de imunização.

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O Governo, do qual Queiroga agora faz parte, passa por uma inflexão, depois de um longo período de distanciamento do debate central da pandemia. Agora defende e anuncia a compra de vacinas, o que, por um tempo, foi um tabu. Se o novo ministro acelerar esse novo momento, todos tendem a ganhar, pois o país precisa recuperar um passivo que agora pesa nas suas contas: o Brasil tem um dos piores índices na pandemia, com quase 300 mil mortos e uma média diária com números ascendentes.

Embora não seja político, como Pazuello também não era, o novo ministro é um conceituado médico, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, o que lhe garante uma expertise quando se trata de saúde. Em várias entrevistas capturadas no universo digital, ele se manifestou a favor da vacina e do distanciamento como políticas fundamentais para combater a pandemia. Mesmo a política sendo do Governo, espera-se que ele mantenha esse discurso e influencie, com esse olhar, as decisões de Brasília.

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O mesmo, aliás, espera-se do novo secretário de Estado da Saúde empossado pelo governador Romeu Zema. Com amplo respaldo do governador, o médico Fábio Baccheretti disse que a situação é crítica. “É o momento mais difícil que vamos viver. Espero realmente estar digno dessa secretaria e, junto com o governador, dar uma resposta bem eficiente ao estado e ajudar a confortar o sofrimento das famílias. Esta é uma semana difícil, chegaremos a um milhão de casos em Minas, mas a gente vai conseguir dar essa resposta logo. Contem comigo, estou sempre à disposição”.

Que assim seja.

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