Termina, nesta quarta-feira, o período de convenções partidárias, ocasião em que as legendas confirmam suas listas de postulantes à Câmara Municipal e, opcionalmente, seus candidatos à Prefeitura. Juiz de Fora terá uma marca inédita de indicados: 11, podendo chegar a 12 se o médico Renato Loures viabilizar seu projeto no partido Progressista. Mais inédito ainda é a marca histórica de mulheres postulando a cadeira do prefeito Antônio Almas. Cinco candidatas, de tendências políticas distintas, estarão no páreo, significando a quebra de um tabu comum na maioria dos municípios brasileiros.
Vencida esta etapa e confirmados os nomes na Justiça Eleitoral, a disputa entra em outro patamar. A partir do dia 26, os partidos estarão autorizados a ir às ruas buscar oficialmente o voto do eleitor dentro de um cenário também inédito, pois a proibição de aglomerações, em virtude da pandemia, tirará de cena eventos considerados importantes no proselitismo eleitoral. Os comícios, que de uns anos para cá já vinham perdendo força para as redes sociais, estão definitivamente abolidos. A busca ao voto, que se enfatiza no chamado corpo a corpo, terá que ser feita sob rigorosos cuidados para não começar dando mau exemplo já no seu início. O embate virtual será o espaço comum nessa grande arena de disputa.
Com 11 ou 12 candidaturas, será possível ampliar o leque de propostas para o futuro da cidade. Diante de tantas opções, o eleitor terá que ficar mais atento, sobretudo no acompanhamento do cardápio de propostas que lhe será servido nestes próximos dois meses. Muitas das sugestões serão meramente para a arquibancada, outras, não factíveis, e algumas outras, fora das prerrogativas do Executivo. Mesmo assim, é possível ver bons projetos, sobretudo se vierem acompanhados de como executá-los, pois não basta dizer o que será feito se não houver a indicação de como serão captados recursos para sua execução.
O futuro prefeito ou prefeita tem que estar pronto para o desafio de gerir uma cidade que, como as demais pelo país afora, vive um momento crítico de suas finanças. As prefeituras, no decorrer dos anos, perderam sua capacidade de investimento e, com endividamento cada vez mais alto, se veem diante de impasses, como a folha de pagamento e verbas para sua zeladoria. Quando há para uma, falta para a outra, formando um pacote de inações que acaba frustrando o eleitor.
Juiz de Fora, como destacou o ministro da Economia, Paulo Guedes, em webinar com prefeitos de todo o país, já foi um polo industrial quando a União tinha repasses mais generosos e só voltará a ter essa vocação se o município – e vale para os demais – recuperar a sua condição financeira, algo impensável na atual conjuntura, em que o Governo federal fica com a maior parte, o Estado com a outra, e os municípios, onde tudo acontece, com a sobra do tacho. A futura administração precisará ser criativa e ter condição de abrir canais nas instâncias de poder para vencer essa quadra e abrir o cofre.